Por Leonardo Gonzaga Em Regional

Em entrevista exclusiva, Fernando Portugal fala sobre o Rugby no Brasil

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Fernando Portugal em ação pelo São José Rugby

Arquivo Pessoal

Ele é um dos pioneiros da profissionalização do Rugby no Brasil. Joseense de nascença, Fernando Portugal é o capitão seleção brasileira e um dos principais jogadores do São José Rugby, clube que o revelou quando tinha apenas 15 anos de idade. Depois de conquistar títulos e deixar a equipe com o status de uma das melhores do país, ele foi para Europa atrás de um maior profissionalismo.

No Segni, da Itália, disputou a segunda divisão por dois anos, voltou ao Brasil e no ano passado assinou contrato para defender novamente o time da cidade que nasceu. Com a entrada da modalidade nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, o Rugby ganha cada dia mais visibilidade no país. Em entrevista exclusiva ao Meon, Fernando Portugal falou sobre o momento do esporte no Brasil.

Como você vê o crescimento do Rugby no Brasil e o nível dos atletas que praticam o esporte?
Nos últimos anos o Rugby brasileiro ganhou proporções inimagináveis. A realidade desta modalidade não era tão promissora, mas com a inclusão nas Olimpíadas de 2016, passamos a existir. O número de clubes e atletas cresce muito a cada ano, mas, além disso, cresce também o interesse da mídia e do público de um modo geral. A qualidade dos atletas é que necessita de mais tempo e trabalho para evoluir. Não é da noite para o dia que se constrói um jogador de Rugby, ou qualquer atleta, com nível de competir no alto escalão mundial. Mas temos um potencial enorme.

Como você avalia o Rugby do Vale do Paraíba hoje?
É incrível como o Rugby se desenvolve na região. Aqui no Vale do Paraíba encontramos muita qualidade. Três cidades se destacam. A primeira é São José dos Campos, considerada a capital do Rugby nacional. A equipe principal é a maior campeã brasileira dos últimos 12 anos, com 8 títulos. O Jacareí vem em segundo lugar, com um trabalho incrível com as categorias de base, com jogadores de altíssimo nível em todas as esferas das seleções brasileiras. E, no mesmo caminho que o Jacareí, vem Ilhabela, que também possuí uma qualidade particular em seus atletas e também possuí jogadores nas seleções brasileiras.

Agora você faz parte do Conselho da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu). Como você ficou sabendo da escolha e qual função irá exercer no cargo?
É uma iniciativa muito feliz da Confederação. A ideia é aproximar os dois extremos desta corrente. De um lado os jogadores, que são o ponto final de todo o trabalho, do outro os dirigentes, que decidem onde será investido cada centavo dos recursos, que eles mesmos captam. Assim estaremos todos alinhados e caminhando no mesmo sentido. Ter sido nomeado para representar os jogadores no conselho foi uma honra enorme e encaro este novo desafio com muita responsabilidade.

O Campeonato Paulista começou e você é atleta do São José Rugby. Como você avalia a organização e qual sua expectativa para a disputa do torneio?
O Campeonato Paulista tem um nível muito alto de competição. Cinco das principais equipes do Brasil são de São Paulo. O São José é o atual campeão paulista, com nove títulos nos últimos dez anos. Ou seja, aqui em São José trabalhamos muito sério dentro desta competição, que também serve como preparação para o Super 10, campeonato nacional de primeira divisão, que inicia-se em julho.

Você já conquistou muitos títulos em sua carreira. Para você, qual foi o mais marcante? Por quê?
Todos os títulos são especiais. Acontecem em períodos e contextos diferentes das nossas carreiras e vidas pessoais. Mas dois deles, conquistados pelo São José, marcaram bastante. No final de 2007, antes de deixar o São José, fui campeão do principal torneio de Sevens do País, o Lions, como capitão da equipe do Vale. Após seis anos jogando em outras equipes, voltei ao São José no ano passado e junto dos meus companheiros, fui campeão Brasileiro de Sevens. O primeiro marcou uma difícil decisão de deixar o São José e ir viver profissionalmente do Rugby em outra equipe, o segundo marcou a minha volta para casa.

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