O atual ciclo do São José Futebol Feminino terá nesta quinta-feira a oportunidade do primeiro título nacional, o terceiro do clube em cinco anos de participações. Às 19h30, em Osasco, o jogo será a finalíssima da Copa do Brasil contra o Audax/Corinthians.
Joseenses tentando aproveitar um levantamento na área do Audax durante o jogo de ida no Martins Pereira
Arthur Marega Filho/São José Futebol Feminino
No final de 2014, a conquista do Mundial de Clubes no Japão determinou o final de um ciclo dos mais vitoriosos, aberto em 2011 e também com três títulos da Libertadores da América, dois da Copa do Brasil e dois do Campeonato Paulista. Valorizadas, 10 jogadoras titulares saíram na virada do ano, levadas por clubes do exterior, ou pela nova Seleção Brasileira permanente. A única que ficou e segue firme é a zagueira e capitã Bagé.
A zagueira Gislaine, a meio-campista Rita Bove e as atacantes Michele Carioca e Carlinha também estiveram no grupo que triunfou no Japão. E assim como Bagé, enfrentaram contusões graves e longos meses de inatividade. Rita Bove e Carlinha continuam afastadas.
A meia Rosana voltou da Europa como em reforço de expressão para a Copa do Brasil. Ela passou a ser uma das experientes que formam um grupo mesclado por meninas promissoras ou promovidas das categorias de base. Um trabalho que sempre exige paciência, mesmo em times de cobranças constantes por serem grandes e conquistadores.
As finais da Copa do Brasil chegaram contra o Corinthians/Audax, que na competição se apresenta na forma invertida Audax/Corinthians. Um adversário forte, de investimentos bem maiores e que já conseguiu um primeiro resultado interessante no mata-mata final. Quarta-feira passada, atuando como visitante no jogo de ida, empatou por 2 a 2 no Martins Pereira. Agora, terá a chance de decidir em casa, no estádio José Liberatti, em Osasco.
No entanto, depois de ter reagido a dois placares adversos de 0 a 1 e 1 a 2, o São José demonstrou que poderá voltar de Osasco com o título. Como o gol fora de casa não é critério para desempate nas finais, o time joseense não terá a preocupação de evitar os resultados de 0 a 0 e 1 a 1. É ganhar no tempo normal, ou empatar e decidir nos pênaltis.
As joseenses esperam um grupo de torcedores incentivando o time em Osasco. Os que não puderem ir poderão assistir ao jogo no site da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o www.cbf.com.br. A entidade já confirmou que o campeão da Copa do Brasil deste ano terá uma vaga na Libertadores da América de 2017.
Confiança
No material enviado por Fernanda Albuquerque, assessora de Imprensa do São José Feminino, confira considerações da técnica Emily Lima e de duas jogadoras que praticamente representam o pensamento do elenco.
Para a técnica do São José, Emily Lima, a participação da equipe na competição está sendo muito boa. A treinadora tem certeza que o trabalho para conquistar esse título foi feito, com expectativa de um jogo decisivo muito semelhante ao jogo de ida, com as duas equipes se respeitando e se estudando lance a lance. “Essas meninas, mais do que ninguém, merecem esse caneco” declarou a técnica sobre as Meninas da Águia.
A atacante Luize Nety ressalta que a equipe deve ter muita atenção, trabalhar nos erros da primeira partida e que nessa fase não há um favorito: “Final é final, o equilibro faz parte desse jogo, a equipe que errar menos vai ser campeã”. Luize espera ajudar o clube a sair com o título desse jogo: “o mais importante é a nossa vitória e o tricampeonato, se eu puder fazer um gol vou ficar muito feliz, ainda mais pelo carinho que tenho pela camisa do São José”.
A meia Rosana, artilheira do São José na competição, com sete gols, também não vê favoritas e afirma que o time está tranquilo e trabalhando forte para minimizar os erros. Para Rosana a final tem duas equipes com muita qualidade e estratégia. “Independente da artilharia, procuro sempre dar o meu melhor, tento ajudar minhas companheiras tanto quanto sou ajudada, no futebol dependemos umas das outras”, completou a jogadora.
O jogo de ida
Especificamente sobre o jogo de ida, na quarta-feira da semana passada, o Jogando Juntos apresentou o seguinte texto:
No São José, a meio-campista Bebel voltou de suspensão por terceiro cartão amarelo, no lugar de Isa e permanecendo Suellen no time. No Audax/Corinthians, a volante Thaisa entrou por Francielle.
Com um bom público no setor de cadeiras do estádio, o São José assumiu a condição de mandante e procurou criar um volume de jogo no campo de ataque. Mas o Audax/Corinthians, mesmo como visitante, também não deixou de ir à frente.
Aproveitando os espaços que o posicionamento ofensivo joseense deixava, o Audax/Corinthians abriu o placar, aos 21 minutos. A lateral-direita Paulinha, ex-São José, invadiu a área em posição duvidosa de impedimento e após troca de passes que tiraram a goleira Vivi do caminho, finalizou com calma e categoria.
O São José não necessitou de muito tempo para reagir. Aos 27, em um segundo escanteio consecutivo da esquerda, Bebel levantou e a lateral-direita Raquelzinha, que por causa da baixa estatura foi mal marcada na área, mandou uma cabeçada bem colocada.
No final do primeiro tempo, o time de Osasco teve uma clara chance de gol. E no começo da segunda etapa, desempatou com menos de dois minutos. Em uma falta em diagonal da esquerda, um desvio de cabeça deixou a zagueira Pardal livre para mandar um chute de primeira e indefensável.
Durante o intervalo, a técnica Emily Lima promoveu a primeira substituição no São José, em uma troca de atacantes. Alanna entrou por Luize Nery. E a nova opão, aos 27, foi rápida ao tentar pegar uma sobra na área adversária, sofrendo um pênalti ao ser derrubada. Aos 28, a meia Rosana cobrou o pênalti com categoria, colocando no canto direito e mandando a goleira Tainá para o lado esquerdo.
Sentindo contusão e o cansaço de uma noite bem quente, Rosana saiu logo em seguida, entrando Raquel Rabello. Um pouco antes, também por contusão, o time visitante ficou sem a zagueira Koki.
O São José ainda tentou uma virada no placar, mas conseguiu apenas duas boas oportunidades de gol. Aos 43, o time joseense ficou sem a chance de uma pressão final porque perdeu a volante Monique Peçanha, expulsa por segundo cartão amarelo.
Aos 45, quando a técnica Emily foi recompor a defesa substituindo Bebel pela zagueira Flavi, Suellen passou dois minutos fora de campo, para atendimento médico. Tendo 11 jogadoras contra nove, o Audax/Corinthians tentou aproveitar a superioridade numérica, mas as joseenses souberam fechar a defesa.
Os times
No jogo de ida, o São José, da técnica Emily Lima, atuou com: Vivi; Raquelzinha, Gislaine, Bagé e Yasmim; Monique Peçanha, Suellen, Bebel (Flavi) e Rosana (Raquel Rabello); Michele Carioca e Luize Nery (Alanna). Permaneceram na reserva: Thais Helena, Flavi, Vivi de Martino, Edna Baiana, Pamela, Gabi, Ana Keyla e Isa.
As joseenses antes do jogo de ida
Arthur Marega Filho/São José Feminino
O Audax/Corinthians, do técnico Arthur Elias: Tainá; Paulinha, Koki (Mimi), Ingrid Pardal e Juci; Thaisa, Grazi, Daiane (Cacau) e Gabi Nunes; Adriane Nenê (Camilinha) e Chú. Permaneceram na reserva: Letícia, Monique, Leidi, Barrinha, Maiara, Amanda, Brunner, Fran, Byanca Brasil e Juliana.
Integrantes do quadro paulista da CBF, estiveram na arbitragem: Katiúcia da Mota Lima (árbitro), Márcia Bezerra Lopes Caetano (assistente 1), Marcela de Almeida Silva (assistente 2) e Adeli Mara Monteiro (quarto árbitro).
Agora, estão respectivamente escalados: Regildênia de Holanda Moura, Tatiane Sacilotti dos Santos Camargo, Fabrini Bevilaqua Costa e Ilbert Estevam da Silva.
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