Por Andressa Lorenzetti Em Jacareí Atualizada em 03 ABR 2020 - 19H04

Jacareí completa 366 anos nesta sexta-feira

Uma das cidades mais importantes do Vale do Paraíba, atrai investimentos e se destaca na geração de emprego

Alex Brito/ PMJ
Alex Brito/ PMJ
Uma das teses para o nome da cidade é que vem da palavra indígena “yacaré-y”, que significa “água ou rio de jacarés”, da época que esses enormes répteis habitavam o rio Paraíba e lagoas próximas


Uma das  maiores cidades da região metropolitana do Vale do Paraíba, Jacareí, tem  cerca de 233 mil 662 habitantes, segundo o IBGE. Quem nasce na cidade ou mora lá é chamado de jacareiense. Uma referência na região, que completa nesta sexta-feira (3), 366 anos de história e desenvolvimento. O PIB per capita é de R$ 50 mil e o Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH, é considerado alto: 0,77.

Jacareí é destaque no panorama nacional como uma das melhores cidades para se viver. Pesquisa publicada pela revista Você S/A mostra que a cidade subiu no ranking entre as 100 melhores para se trabalhar no país. Cada vez mais, o município atrai novas empresas e investimentos, aumentando a oferta de trabalho e renda da população.

História

Os documentos históricos de Jacareí registram o início de um povoamento em 1652, com o nome de Nossa Senhora da Conceição da Paraíba, pela iniciativa de Antônio Afonso e seus três filhos. Em 22 de novembro de 1653, o local foi elevado a vila pelo donatário da Capitania de Itanhaém, dom Diogo de Faro e Sousa, desmembrado da antiga vila de Mogi das Cruzes. Tornou-se cidade em 3 de abril de 1849.

Antigo caminho para as Minas Gerais, usando o Rio Paraíba do Sul, Jacareí passou de humilde pousada colonial de tropeiros, ao longo dos anos, para cidade progressista, a partir de 1790.

Segundo pesquisas, o núcleo inicial da cidade está nas redondezas da Capela do Avareí (1728) e, depois, nas redondezas do Largo da Matriz (século XIX), que foi urbanizado na década de 1930. O Largo da Matriz continua, desde aquela época, palco das festas em homenagem à padroeira da cidade, Nossa Senhora da Imaculada Conceição. O dia da padroeira é 8 de dezembro, feriado municipal. Em 1920, a igreja passou por uma reforma, na qual foram impressos os seus traços atuais.

Outro monumento histórico da cidade é a Santa Casa de Misericórdia, com suas instalações oficializadas em 1850. A edificação foi construída graças aos donativos arrecadados e pelo trabalho gratuito dos negros escravos, cedidos pelos senhores abastados. Em 1854, terminada a primeira parte da construção e feitas as instalações preliminares, a Santa Casa começou a funcionar. O Brasão, a Bandeira e o Hino Oficial da cidade foram instituídos por lei municipal em 1952, 1968 e 1969, respectivamente.

Origem do nome

Antes da criação da Vila, os que aqui viviam eram chamados simplesmente de “Moradores da Paraíba”, numa referência ao rio. O primeiro nome oficial, “Nossa Senhora da Conceição da Paraíba” vem da religiosidade portuguesa e no culto à Imaculada Conceição.

Acredita-se que a denominação atual, de origem tupi-guarani, tenha surgido antes de 1710, de forma popular e espontânea, sendo agregada, posteriormente, ao nome oficial, com pequenas alterações ao longo do tempo: Yacarahy, Jacarahy, Jacarehy e finalmente Jacareí. O nome teria surgido para distinguir nossa Vila das Vilas de Taubaté e Guaratinguetá, que também eram chamadas de Vilas do Paraíba.

Existem duas versões para o nome: uma corruptela de “Y-agûa-yerê-ei” que significa “rio-de esquina-e volta desnecessária” haja vista que o rio Paraíba é sinuoso e em determinado local faz uma grande curva, indo em direção contrária ao curso normal. Entretanto, aquela mais aceita diz que o nome vem de “yacaré-y”, que significa “água ou rio de jacarés”, da época que esses enormes répteis habitavam o rio Paraíba e lagoas próximas. Em 1960, nos fundos da Escola Agrícola ainda eram encontrados jacarés nativos.

Economia

A partir de 1950, houve uma aceleração da industrialização, com a vinda de empresas de grande porte e grupos multinacionais. Consequentemente, aumentaram as oportunidades de emprego, atraindo trabalhadores do próprio Vale do Paraíba e da região Sudeste e, posteriormente, da região Nordeste.

A inauguração da Rodovia Presidente Dutra, em 1951, a instalação de indústrias nas margens dessa Via, e a valorização de terras na região central levaram à formação de bairros populares distantes do centro. As classes mais privilegiadas ocuparam as áreas mais altas em torno do centro e, posteriormente, as áreas de várzea, não mais inundáveis após a construção da Represa de Santa Branca, em 1960.

O processo de crescimento urbano deu-se de forma acentuada até a década de 70, decorrente de um novo parque industrial e da migração, sendo constante até a atualidade. Nesse contexto, emergiram os problemas das moradias populares, da insuficiência de equipamentos urbanos na periferia e da violência urbana.

Nas décadas de 1980 e 1990, o parque industrial diversificou-se e cresceram os setores de serviços e comércio, ocupando respectivamente 36% e 60% da população economicamente ativa.

Turismo

Jacareí conquistou uma identidade própria, única na RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba). Ao mesmo tempo em que se posiciona como importante polo industrial do Estado, a cidade reconhece o valor da sua cultura, das suas tradições e do se patrimônio histórico e natural.

A identidade jacareiense está presente na arquitetura de igrejas e casarões antigos e também em prédios modernos como o EducaMais, projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake. Está nos teatros, nos museus e nas festas tradicionais.

Está na moda de viola na praça, no Mercado Municipal, no intenso calendário de eventos, nas quermesses de junho e no bolinho caipira que se tornou patrimônio imaterial do município. Tem orgulho da sua alma rural.

Jacareí também é natureza, é qualidade de vida. A Represa do Jaguari, o Viveiro Municipal ‘Seo Moura’, o Parque da Cidade, o Parque dos Eucaliptos, as diversas trilhas de cicloturismo e os grandes haras instalados na cidade fazem de Jacareí um paraíso para os amantes do ecoturismo.

Isso tudo já colocaria o município no roteiro de qualquer viajante apaixonado por cultura, mas a cidade ainda tem muito mais a oferecer. Confira mais fotos:


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