Por Lucila Guedes Em Noticias

Comerciantes do Centro fecham o cerco contra camelôs em São José

Cerca de 5.000 ambulantes atuam sem licença na cidade, segundo a ACI

ambulante

Sérgio conta que a queda no movimento foi de 80%

Lucila Guedes/Meon

Um grupo de empresários liderado pela ACI (Associação Comercial e Industrial) de São José dos Campos se reuniu na tarde desta quarta-feira (8) com o secretário de Urbanismo e Sustentabilidade, Marcelo Manara, para fechar o cerco contra os camelôs que atuam no Calçadão e na rua 7 de Setembro, na região central. 

O encontro, que aconteceu no Paço, foi marcado após reclamações de comerciantes insatisfeitos com a situação da região.

“O governo atual herdou do anterior uma situação muito complexa”, conta o vice-presidente executivo da ACI, Humberto Dutra, que levou os empresários à reunião na prefeitura.

Dutra informou que a pauta da reunião abrangeu vários aspectos do centro da cidade, como segurança, limpeza, iluminação e a presença de ambulantes. Apesar dos demais problemas citados por Dutra, a ACI tem como foco principal buscar soluções para a atuação dos ambulantes no centro.

Polêmica
No mês passado, a atuação dos camelôs foi alvo de críticas dos comerciantes da região central. Os lojistas do centro reivindicam uma fiscalização mais intensa dos ambulantes clandestinos. A Associação de Economia Informal informou que 5.000 ambulantes atuam sem licença na cidade, contra 655 com autorização para trabalhar.

Dutra, que vem defendendo uma melhor circulação de pedestres, disse ser necessário deixar o Calçadão livre para que as pessoas transitem sem dificuldade. Ele também alega que é preciso respeitar o direito de quem gera empregos e renda para a cidade. “Os empresários do comércio pagam impostos corretamente e investem seu capital para promover a movimentação financeira da cidade”, diz.

Otimismo
Após a reunião com os empresários e o secretário, o vice-presidente da ACI se mostrou otimista: “Fomos muito bem recebidos pelo Manara, que prometeu estudar a proposta da ACI para o centro da cidade.” Dutra disse que tanto a ACI como os empresários entendem a questão da troca de administração e aguardam que tudo ocorra de forma mais organizada num futuro próximo. “O empresário precisa ter ser espaço resguardado e respeitado. O centro precisa oferecer condições mínimas de higiene, segurança e circulação para que se mantenha um local adequado”, afirma.

Ambulantes
Não é só a região central que reclama da atuação dos ambulantes clandestinos. Eles também estão presentes em outros locais da cidade, como o corredor da avenida Andrômeda, na região sul. “Depois de ficar mais de 30 anos na Praça do Sapo fomos jogados para esse lugar aqui”, diz o ambulante Sérgio Luiz da Silva, de 53 anos.

Ele ocupa o camelódromo junto com os demais que tinham suas barracas na praça. Segundo Silva, em abril completará cinco anos da mudança da praça para o camelódromo, o que provocou a queda de 80% do público.

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Silva diz que a reclamação geral dos ambulantes é que o camelódromo é um local escondido e com pouca visibilidade. Ele disse que a esperança é que o novo local de exposição inaugure o mais rápido possível, porque ocupa a área ao lado da praça – um local que já era reivindicado por eles.

Calçadão
Um dos cerca de 20 ambulantes clandestinos que ficam no Calçadão da Rua 7, G.S.N, que preferiu não se identificar, disse que atua há cerca de quatro anos no local, mas sempre de forma escondida e fugindo da fiscalização. “Os próprios comerciantes do Calçadão sabem que somos pais de família e não temos condições de tirar licença por causa de algumas regras como ter endereço fixo e nota fiscal de todos os produtos", diz.

O ambulante disse que quer pagar uma taxa para poder ficar no local, mas que não há um diálogo com a prefeitura. “Eles mandam os fiscais que levam toda nossa mercadoria e atuam de forma bruta, como ocorreu na última sexta (3). Mas gostaríamos de sermos ouvidos”, conta. 

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