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Dólar fecha em alta com aversão ao risco no exterior e cautela interna

O dólar subiu com força ante o real nesta quinta-feira, 17 - tocando os R$ 3,18 - em meio a uma aversão ao risco generalizada ao redor do mundo depois do atentado terrorista em Barcelona que matou ao menos 12 pessoas. A moeda americana já vinha em alta refletindo a crise política nos EUA, após rumores de que Gary Cohn, diretor do Conselho Econômico Nacional do governo do presidente dos EUA, Donald Trump, teria pedido demissão. Além disso, os investidores seguem cautelosos com o cenário interno, principalmente em relação à deterioração fiscal do País e dúvidas quanto à aprovação da reforma da Previdência.

Hoje à tarde, um motorista avançou contra a multidão em uma avenida do centro de Barcelona, na Espanha, deixando ao menos 13 mortos e mais de 100 feridos, de acordo com autoridades. Até o momento, uma pessoa foi detida. Horas depois, o Estado Islâmico assumiu a responsabilidade do atentado.

A divisa dos EUA já vinha em alta desde cedo diante de dúvidas sobre o poder de governabilidade de Trump. Os rumores em torno da saída de Gary Cohn começaram depois do pedido de demissão de executivos que faziam parte de Conselhos do governo, o que levou Trump a encerrar dois deles ontem. Cohn é considerado o principal articulador das reformas econômicas defendidas pelo republicano.

Além das questões externas, as preocupações com o cenário político econômico no Brasil continuaram a pesar no câmbio. Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, os Estados declararam no ano passado um rombo de R$ 30 bilhões menor na Previdência do que o apurado pelo Tesouro Nacional. A notícia, segundo um gerente de mesa de derivativos, impactou os negócios, uma vez que os investidores começaram a fazer as contas e perceber que talvez o déficit fiscal seja muito maior do que a meta revisada para R$ 159 bilhões neste ano.

O diretor de câmbio da Abrão Filho, Fernando Oliveira, também pontuou essa percepção do mercado e acrescentou uma falta de perspectiva. "A recuperação está lenta, a arrecadação baixa, as receitas extraordinárias têm sido frustradas e não tem nada no front que anime para o futuro", disse.

No mercado à vista, o dólar terminou em alta de 0,94%, aos R$ 3,1769. O giro financeiro somou US$ 792 milhões. Na mínima, a moeda ficou em R$ 3,1568 (+0,30%) e, na máxima, aos R$ 3,1819 (+1,10%).

No mercado futuro, o dólar para setembro subiu 0,68%, aos R$ 3,1845. O volume financeiro movimentado somou US$ 14,46 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,1660 (+0,09%) a R$ 3,1915 (+0,90%).

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