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Juros futuros ampliam queda na reta final e fecham nas mínimas

Os juros futuros fecharam em queda ao longo de toda curva a termo nesta terça-feira, 20, destoando do desempenho negativo do câmbio, mantidas as boas perspectivas para o cenário de inflação e Selic nos próximos meses como pano de fundo para justificar a queda nos prêmios de risco. A agenda de indicadores não teve destaques e as medidas anunciadas pelo governo após retirar da pauta a reforma da Previdência foram recebidas com neutralidade.

Boa parte das principais taxas terminaram a sessão regular nas mínimas. A do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 fechou em 6,575%, de 6,590% na segunda-feira no ajuste, e a do DI para janeiro de 2020 encerrou na mínima de 7,62%, de 7,67% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2021 também terminou na mínima, a 8,57%, de 8,63% ontem. A taxa do DI para janeiro de 2023 caiu de 9,51% para 9,47% (mínima).

As taxas começaram o dia pressionadas para cima em função do avanço do dólar ante o real e também do rendimento dos Treasuries, mas descolaram desses fatores a partir da tarde, após o começo da sessão em Wall Street. Passaram a segunda etapa dos negócios em queda, renovando mínimas, em meio à entrada de fluxo vendedor.

O anúncio do governo de que desistiu oficialmente de votar a reforma da Previdência agora só endossou o que o mercado já tinha nos preços e, por isso, não chegou a influenciar os negócios. Tampouco o risco de rebaixamento das notas de créditos do Brasil pela Fitch e pela Moody's e de aumento de impostos, após o governo engavetar a reforma, assustou o mercado de juros.

O relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), admitiu que o texto não foi aprovado por causa do ambiente eleitoral e disse não ver possibilidade de votar reforma por medidas infraconstitucionais.

O gestor de renda fixa da AQ3 Asset, Fernando Aldabalde, afirma que, dados os sinais de inflação baixa e crescimento das apostas em mais um corte da Selic, para 6,50% em março, a curva traz boas oportunidades de ganho para o investidor. "Hoje não tem nada muito específico. Temos o mercado ainda ponderando a inflação mais baixa e aumentando chance de corte de 25 pontos-base na Selic, num ambiente externo muito construtivo e de baixa volatilidade", disse.

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