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Juros: taxas fecham em queda com IPCA-15, dólar e expectativa com medidas fiscais

Os juros futuros de curto e médio prazos fecharam a sessão regular desta quinta-feira, 20, em queda firme e os vencimentos longos, perto da estabilidade. A deflação de 0,18% do IPCA-15 de julho, no piso das estimativas, praticamente consolidou a aposta de redução da Selic, hoje em 10,25%, em 1 ponto porcentual pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne na próxima semana.

O movimento global de recuo do dólar, que ante o real caiu abaixo de R$ 3,13, e a expectativa de anúncio de medidas fiscais do governo também influenciaram o mercado.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (237.870 contratos) fechou na mínima, com taxa de 8,525%, de 8,600% no ajuste de quarta-feira, 19, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2019 (343.315 contratos) caiu de 8,42% para 8,34%. A taxa do DI para janeiro de 2021 (263.840 contratos) encerrou a 9,47%, de 9,48% na véspera.

A variação negativa de 0,18% do IPCA-15 de julho foi o resultado mais baixo do índice desde setembro de 1998 (-0,44%). Com isso, a taxa acumulada em 12 meses desacelerou de 3,52% em junho para 2,78% em julho, o menor patamar desde março de 1999, quando estava em 2,64%. "O IPCA-15 dá luz verde para outro corte da taxa Selic de 100 pontos-base na próxima semana", disse o economista-chefe para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos.

Quanto aos números fiscais, o mercado segue no aguardo da oficialização do aumento do PIS/Cofins sobre combustíveis e da divulgação do relatório de avaliação de receitas e despesas, que deve ficar para esta sexta-feira (21). A área técnica estaria ainda estudando a possibilidade de um novo corte de despesas no Orçamento que poderá chegar até R$ 2 bilhões, segundo apurou o Broadcast. Na avaliação dos profissionais, tais medidas devem ajudar no cumprimento da meta fiscal deste ano, que prevê limite de déficit de R$ 139 bilhões.

O dólar à vista era cotado em R$ 3,1295 (-0,63%), abaixo do nível em que estava antes da divulgação do áudio das gravações da conversa entre o empresário da JBS Joesley Batista e o presidente Temer, no dia 17 de maio. A moeda perde valor entre várias outras divisas, influenciada pelos sinais de fraqueza da governabilidade do presidente dos EUA, Donald Trump, e pela sinalização do Banco Central Europeu (BCE) de que pode vir a discutir seu programa de recompra de bônus. Aqui, o real é favorecido adicionalmente pela ação de exportadores.

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