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Paper Excellence faz nova oferta pela Fibria

A Paper Excellence, da família indonésia Wadjaja, fez na quinta-feira, 15, uma nova proposta aos acionistas da brasileira Fibria, maior produtora de celulose de fibra curta do mundo. Pela nova oferta, a PE vai assumir 100% dos riscos do negócio, incluindo os relacionados a terras agrícolas, conforme apurou o 'Estado'. A intenção seria vencer a Suzano, que também está no páreo para fechar uma negociação com a Fibria.

Na proposta anterior, o valor da ação era de R$ 67, com a possibilidade de o acordo movimentar R$ 40 bilhões. Na oferta atual, o valor da ação é de R$ 71,50, o que estabelece a cifra de R$ 40 bilhões para a operação, independentemente das inseguranças jurídicas.

Segundo o Estado publicou na quinta-feira, 15, há dúvidas jurídicas relacionadas à possibilidade de um grupo estrangeiro deter terras agrícolas no País. Como as fábricas de celulose são alimentadas por eucaliptos, a Fibria mantém um estoque de terras de mais de 1,05 milhão de hectares em regiões próximas às suas unidades produtivas.

O Estado apurou ainda que o acordo também não condiciona a obrigatoriedade de fazer due dilligence, processo de auditoria de contas comum em fusões e aquisições.

De acordo com fontes, o acordo repete o esquema feito no contrato de aquisição da Eldorado, em setembro do ano passado. Pelo acordo, a PE avaliou a companhia em R$ 15 bilhões. Conforme o acordo firmado à época com a controladora da Eldorado - a holding J&F, da família Batista -, a empresa ganharia 12 meses para controlar 100% do negócio.

Até o momento, a Paper Excellence já é dona de 49% da empresa. Segundo fontes, o grupo familiar, que também é dono da Asia Pulp and Paper (APP), comprou a Eldorado "com porteira fechada", ou seja, independentemente de eventuais riscos jurídicos futuros.

A mesma condição foi colocada agora para a família Votorantim e para o BNDESPar (braço de investimento do banco de fomento brasileiro), que fazem parte do grupo de controle da maior produtora brasileira de celulose.

Busca por recursos. Segundo apurou o Estado, a Paper Excellence ainda está levantando os recursos para pagar a operação. O BTG Pactual, que está assessorando a transação, poderá eventualmente financiar parte dessa compra.

Bancos asiáticos, europeus, americanos e locais estão sendo contatados pela gigante asiática.

No entanto, segundo fontes, o grupo da família Wadjaja já teria os R$ 4 bilhões necessários para pagar a multa do chamado "break-up fee", dinheiro que seria pago caso as negociações com a Fibria sejam iniciadas formalmente, mas não possam ser concluídas.

Procurados, Paper Excellence, Fibria, Votorantim, BNDES, BTG Pactual não quiseram comentar o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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