Por Meon Em RMVale

Muito além do modismo, tecnologia é fundamental para a Educação

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Conciliar tecnologia e educação é uma tarefa árdua, mas muito necessária para motivar o interesse dos alunos no processo de formação. Na era digital, adolescentes e até mesmo as crianças menores já estão frequentemente conectadas aos computadores, tablets e smartphones. Por isso, é fundamental que as escolas se posicionem como aliadas na introdução de abordagens pedagógicas que aproximem tecnologia, educação, inovação e interação digital.

Os desafios para as escolas, no entanto, vão além do simples uso diário de ferramentas tecnológicas. É preciso adequar o ensino, realizar formação de professores e, ainda, provocar os alunos para que exercitem seu protagonismo e atuem de forma interativa. Os pais que estão buscando escolas para matricular os filhos em 2020 devem, portanto, estar atentos para que escolham instituições que pensem, proponham e trabalhem os recursos digitais de forma integrada e construtiva, para além dos gadgets apenas como símbolos de modernidade nas mesas, incorporando novas metodologias de ensino, adequadas a este universo conectado.

Para ajudar em relação às questões que podem surgir nesse processo, o Coordenador de Tecnologia Educacional da Esfera Escola Internacional e da Sphere International School, João Luís de Almeida Machado, comenta nesta entrevista sobre a importância do uso, metodologias ativas e ações de implementação da tecnologia nas escolas.

1- Do uso do giz na lousa aos tablets e outras telas, o que mudou em termos de tecnologia para a educação?

João Luís Machado: Precisamos destacar que recursos como lousa e cadernos são percebidos por muitas pessoas como ferramentas básicas e tradicionais, mas eles também são tecnologias que quando entraram nas salas de aula e se tornaram recursos regulares na educação, se transformaram em elementos que muito auxiliaram o trabalho dos educadores e os estudos de crianças, adolescentes e jovens. Hoje a tecnologia passou a ser sinônimo de recursos como computadores, tablets, impressoras 3D e outros equipamentos, devidamente conectados à aplicativos e softwares ligados à internet. No entanto, as mudanças no contexto da sala de aula não se restringem a chegada de recursos, sistemas e redes. A principal mudança que precisa acontecer é cultural. Atuando profissionalmente em tecnologia educacional, desde a virada do século, percebo que leva muito mais tempo para os profissionais da área se adequarem, entenderem e executarem novas formas de ensinar do que para a chegada desses recursos tecnológicos nas escolas.

2- Como seria a mudança cultural nas escolas que é independe da tecnologia?

João Luís Machado: As salas de aula continuam muito parecidas com o que tínhamos há 20 ou 30 anos. Por isso é preciso mudar a forma de pensar, agir e propor as aulas. É necessário trazer o aluno para um maior e mais regular protagonismo, associando a educação ao contexto, fazendo com que fique mais significativa, interessante e instigante. As tecnologias chegam para agregar e ajudam muito nessa transição, mas por si só nenhum recurso é capaz de promover uma tão grande virada na forma de pensar e agir das pessoas. São as pessoas que precisam realizar essa grande transformação, contando para isso com todas estas ferramentas digitais.

3- Como deve ser o uso da tecnologia em cada faixa etária da criança?

João Luís Machado: Na educação infantil, as crianças precisam de muito estímulo sensorial com atividades lúdicas que permitem o desenvolvimento de sua coordenação motora, da socialização e da compreensão dos conceitos fundamentais. Por isso, recomenda-se que a tecnologia seja conduzida pelos educadores, evitando o contato excessivo com telas com o objetivo de trazer os pequenos para um contexto de maior realização física, motora e social. No Ensino Fundamental I, os aplicativos podem ser inseridos como plataformas gamificadas, onde os alunos aprendem matemática ou línguas de um modo agradável e motivador. Na medida em que chegam ao ciclo 2 do Fundamental, os alunos podem ter aumentada a oferta de plataformas, mas precisam ainda de estruturas que ensejem o estudo de forma agradável e lúdica em conformidade com uma estrutura mais adequada ao perfil teen. No Ensino Médio, começa a ganhar corpo uma mentalidade já focada num futuro cada vez mais próximo, dos estudos universitários e do mundo profissional, sem muito tempo a perder com frugalidades. Mas é preciso dosar, não extrapolar o tempo das telas, definir limites e oferecer outros ambientes, entornos e contextos em todas as idades.

4- Do ponto de vista pedagógico, por que é importante inserir tecnologia na educação?

João Luís Machado: A geração atual é muito tecnológica, porque eles já nasceram na era do digital, não chegaram a ver o surgimento das tecnologias nem a vida sem essas ferramentas. Portanto incorporar recursos, práticas e metodologias relacionadas aos recursos digitais é algo que qualquer estudante do século XXI verdadeiramente anseia, pois o aluno também espera que a escola esteja em sintonia com ele e com o mundo. É isso que faz ser tão importante inserir tecnologias na educação. Essas ferramentas, já presentes no cotidiano dos alunos, permitem que eles participem, se envolvam e tenham real disposição e curiosidade para estudar mais e mais, conhecer o mundo e transitar pela vida.

5- Quais são os recursos tecnológicos mais utilizados no dia a dia em sala de aula na Esfera?

João Luís Machado: Temos um conjunto de plataformas que são utilizadas regularmente com algumas atividades relacionadas aos conteúdos e temas que estão sendo trabalhados pelos professores em língua inglesa e matemática. Por exemplo o Scholastics e o Mathletics com os nossos alunos do Ensino Fundamental 2, ou o Raz-Plus e o EducaCross, no Ensino Fundamental 1. Plataformas como a Britannica e o Brain Pop Jr. são igualmente acessados regularmente para pesquisa, mas hoje a ferramenta mais utilizada é a plataforma Google Classroom, com o uso do Google Drive e de outras funcionalidades relacionadas.

Com o uso do Google Classroom, os professores preparam aulas personalizadas e novos modos de aprendizagem, o interesse dos alunos aumenta, assim como seus resultados.

6- Quanto tempo de inserção tecnológica em sala de aula é recomendado?

João Luís Machado:  É importante incorporar aos poucos o uso de recursos digitais ao cotidiano dos alunos, sempre sob o aspecto do aprofundamento das atividades. Mas o tempo ideal de trabalho por dia, segundo pesquisas, deve ser de 30 a 60 minutos diários, a partir de demandas escolares, com possibilidades de aumentar na medida em que o aluno fica mais velho e tem mais maturidade para lidar com esses recursos.

7- Como a tecnologia pode auxiliar na educação à distância?

João Luís Machado: Os sistemas em rede permitem que o aluno se conecte e estude onde e quando quiser, facilitando e instigando o processo de aprendizagem. O Google Classroom, por exemplo, é um espaço de trabalho virtual que funciona tanto presencialmente, na escola, em atividades coordenadas pelos professores, como fora da sala de aula. Essa é uma ferramenta que também possibilita a educação à distância por ser uma plataforma colaborativa, onde os alunos podem compor projetos e apresentações coletivamente ainda que estejam em espaços físicos distantes.

8- Quais são os recursos oferecidos pelo Google for Education utilizados pela Esfera e desde quando eles estão em operação na sala de aula?

João Luís Machado: Usamos o Google Classroom, o Drive, o Forms, o suite de ferramentas que nos oferece um editor de textos, um aplicativo de planilhas e também uma ferramenta de apresentações. Todos são usados com regularidade nos projetos e pesquisas pedidos pelos professores. O Google for Education foi definido pela direção e coordenação pedagógica como plataforma de uso na escola no final de 2018. Em 2019 realizamos formações com os professores, apresentando a plataforma e suas particularidades, seus usos e possibilidades. Em sala de aula, iniciamos o uso no segundo semestre de 2019.

9- O retorno de uma aula tecnológica para uma tradicional não gera uma redução de expectativa e de vontade nos alunos de continuar aprendendo de modo convencional?

João Luís Machado: Isso não acontece porque trabalhamos para construir uma aprendizagem diversa e instigante. A Esfera é uma escola internacional associada ao IB - International Baccalaureate, à Unesco e à outras iniciativas de destaque no cenário educacional e cultural. Construímos um ensino que promove o interesse pelo aprendizado e trabalha a curiosidade intelectual, a ética, a cidadania, a sustentabilidade e a participação. Trazemos para os alunos iniciativas diferentes, como aulas de música, storytelling, artes e design, por isso proporcionamos uma grade curricular interessante, que mobiliza o intelecto e permite que os alunos construam seus conhecimentos, além do modo tradicional da sala de aula.

  

 

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