Por João Pedro Teles Em RMVale

OAB de Jacareí condena injúria racial sofrida por presidente da Câmara

Lucimar Ponciano (PSDB) teria ouvido um grito de 'volta para o tronco'

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Afronorte afirma que parlamentar quer desviar foco da votação

Divulgação / Câmara Jacareí

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Jacareí afirmou que é “veementemente contrária” à injúria racial que a presidente da Câmara de Jacareí, Lucimar Ponciano (PSDB), afirma ter sofrido durante a sessão desta quinta-feira (16).

No momento em que diz ter sido ofendida, a parlamentar participava de um debate sobre a criação de um feriado municipal do Dia da Consciência Negra no Legislativo. Ao Meon, ela afirma que ouviu um grito das galerias, durante o anúncio do resultado da votação, dizendo para a parlamentar “voltar ao tronco”.

De acordo com a presidente da entidade, Ana Ribeiro, a agressão é inadmissível em qualquer esfera da sociedade. Ela afirma ainda que seria importante que esse homem fosse identificado para responder judicialmente pelos seus atos.

“É um absurdo que essas coisas ainda aconteçam em Jacareí ou em qualquer canto do país. É muito importante que a parlamentar registre um boletim de ocorrência contra esta pessoa, pois, só com as pessoas respondendo por esses crimes que poderemos dar um passo rumo à conscientização sobre o racismo”, afirma.

Feriado divide entidades

A presidente da Câmara de Jacareí foi contrária a implementação de um feriado do Dia da Consciência Negra, opinião que prevaleceu na Casa e o projeto foi rejeitado.

A OAB de Jacareí concorda com a decisão da Câmara. De acordo com Ana Ribeiro, o feriado não é necessário na cidade, mas sim ações que conscientizem para os direitos dos negros. “Todos precisam ser iguais perante a lei”.

É um absurdo que essas coisas ainda aconteçam em Jacareí ou em qualquer canto do país"

Ana RibeiroPres. OAB de Jacareí

Já a Afronorte (Associação dos Afrodescendentes do Vale do Paraíba e Litoral Norte) criticou a decisão do Legislativo.De acordo com o membro do grupo, Claudinei Correa, a presidente da Câmara quis usar a injúria racial para desviar o foco de sua posição contrária ao feriado.

“Ela quer desviar o foco e não honrou com o compromisso. Ela disse que era favorável, mas foi contra. Eu me senti traido. O movimento negro sempre quis vereador que apresentasse essa proposta", afirma.

Mesmo assim, Correa admite que houve a agressão verbal e lamenta o ocorrido. “Eu estive lá, mas sou contra qualquer agressão verbal. Não vi quem xingou, pois a manifestação era grande e as pessoas estavam axaltadas. Tem que prevalecer o diálogo”.

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