Aposentada Inês Cândida Andrade, de 79 anos, sofreu com as fortes chuvas durante seis décadas.
Foto: Claudio Vieira/PMSJC
A aposentada Inês Cândida Andrade, de 79 anos enfrentou o problema das enchentes par cerca de 60 anos, desde que veio de Olímpio Noronha (MG) para São José dos Campos. Conta que sempre passou por momentos de apreensão, tanto que chegou a levantar uma mureta na frente do imóvel para a enxurrada não entrar na casa dela, na rua Varsóvia.
Depois da construção de uma nova galeria de águas pluviais do bairro da região central pela prefeitura, a situação melhorou muito. “Naquele tempo, você vinha correndo para cercar a água. Agora é tudo de bom”, diz a moradora.
A Prefeitura de São José dos Campos tem investido em obras preventivas contra enchentes em todas as regiões da cidade. Nos últimos 3 anos, foram mais de R$ 10 milhões em construção de galerias de águas pluviais e desassoreamento de rios, lagos, córregos e canais.
Com a dragagem e limpeza, os cursos d’água voltaram a capacidade natural de armazenamento e vazão, impedindo inundações na área urbana. Em 2017, os serviços ocorreram em cerca de 30 quilômetros de extensão, quantidade aumentada nos anos seguintes para 35, chegando a 44 em 2020.
Essa medida reduziu o transbordamento de rios e córregos. Para se ter uma ideia, as ocorrências diminuíram de 201 em 2017, para apenas 8, em 2018. Uma queda de 96% na comparação entre os dois períodos.
Nova galeria do Jardim Augusta
Já a construção e recuperação de galerias de águas pluviais melhoram as condições de drenagem de vários pontos do município. Um dos locais beneficiados foi o Jardim Augusta, cujo investimento foi de R$ 8,2 milhões, financiados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). O local mais atingido quando chovia bastante, a rua Estocolmo hoje é outra.
Moradores e proprietários de comércios da via, que é um corredor de ônibus, destacam a satisfação pela nova galeria. “Deu uma pancada de chuva esses dias, e se não tivesse a obra estaria cheio de água”, afirmou o comerciante Carlos Alberto da Silva.
Além das galerias em tubulações de diversos diâmetros, foi construído um túnel em concreto projetado de 387 metros de extensão. A capacidade é suficiente para escoar o volume de águas pluviais durante as chuvas mais intensas, que poderiam causar alagamentos, principalmente no verão.
Toda a antiga rede de esgoto foi refeita, totalizando cerca de 2 quilômetros de extensão. Desde então acabaram os problemas de retorno e mau cheiro, que eram motivo de reclamações constante por parte dos moradores.
“A água escorre direitinho, nunca mais deu problema”, disse José Fernandez Marful, dono de uma lanchonete no bairro.
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