Por João Pedro Teles Em RMVale

Pesquisador alerta para riscos de abastecimento no Rio Una, em Taubaté

Rio é responsável pelo abastecimento de 30% dos moradores da cidade

una_1

Assoreamento é grande problema do Una

Divulgação

Fonte de abastecimento de água para 30% dos taubateanos, o Rio Una vem sofrendo um processo de assoreamento que pode prejudicar a captação por parte da Sabesp nos próximos anos.

No dia 12 de setembro, moradores de Taubaté e Tremembé tiveram o fornecimento de água prejudicado devido ao que a Sabesp chamou de ‘desvio irregular no rio’. À época, os consumidores prejudicados ficaram quase o dia todo com o abastecimento irregular.

De acordo com o professor de Engenharia Ambiental da Unitau (Universidade de Taubaté), Marcelo dos Santos Targa, episódios como este podem se tornar mais rotineiros devido a uma característica natural do rio, mas que é agravado pela ação do homem.

“O Rio Una tem essa característica de assoreamento, que lhe confere, inclusive, um aspecto mais escuro da água. No entanto, este processo natural é piorado pela ação de retirada da mata ciliar, abertura de estradas rurais sem o devido cuidado de escoamento da água ali nos entornos do rio, além do cultivo de eucalipto, o que empobrece o solo dos arredores”, afirma.

Targa coordena uma equipe de alunos de pós-graduação da universidade que realizam um projeto com objetivo de identificar os problemas do rio, mapear os pontos de assoreamento e quais as suas causas, o Projeto Una.

O objetivo, de acordo com o pesquisador, é de oferecer ao poder público um mapa para orientar ações de desassoreamento do rio.

“Queremos promover informações suficientes para definir quais as ações que podem ser realizadas. Essas questões todas vão indicar a necessidade de proteção das estradas, escoamento, revegetação de áreas de topos de morro. É preciso conduzir a água para sque ela se infiltre, evitando que chegue rapidamente ao rio, minimizando problemas de inundação”, afirma.

Rio Una

A bacia hidrográfica do Rio Una tem 86% de sua extensão em Taubaté. O restante é dividido entre Tremembé e Pindamonhangaba, 8% para cada. Trata-se de um afluente importante do Rio Paraíba do Sul para abastecimento público.

O rio passa por processo de assoreamento quando a areia começa a tomar o lugar da água, diminuindo a profundidade e aumentando a largura. Nessa toada, a tendência é que o rio espraie, dificultando a captação de água e contribuindo para que eventos como o do dia 12 voltem a acontecer.

“É como se houvesse um bloqueio no curso do rio, formado por sedimentos, galhos de árvore e muita areia”, conclui.

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por João Pedro Teles, em RMVale

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.