Por Marcus Alvarenga Em RMVale

RMVale precisa definir o mercado a investir com a vinda da Indústria 4.0

Painéis trouxeram o novo tema para a realidade do Brasil e da região

Indústria 4.0 na 4ª RM Vale TI (Marcus Alvarenga/Meon)

Auditório acima da lotação no painel de Indústria 4.0 na 4ª RM Vale TI

Marcus Alvarenga/Meon

A Indústria 4.0, uma denominação nova e que ainda não é consenso pelos profissionais da área, foi o tema do segundo dia de RM Vale TI, nesta quarta-feira (18). De acordo com os palestrantes, que conduziram os painéis e debates, o Brasil e a região ainda precisam encontrar um foco para se desenvolverem neste conceito.

“Indústria 4.0 é um conceito novo, que traz várias denominações, alguns chamam de manufatura avançada ou organizações 4.0, mas o principal que é um novo modelo de integração entre vários componentes, máquinas e não só dentro da empresa, como fora dela, através de recursos tecnológicos e de digitalização. Seria a integração e coordenação de inúmeros elementos de forma inteligente que agora poderão ser conectados”, explica Ronald Dauscha, presidente do Instituto Fraunhofer.

A inovação que se espalha mundo a fora, e chega a nossa região, surgiu no continente europeu, mas, para os especialistas, devemos abrir os olhos para países que muitas vezes não possuem a mesma visibilidade das nações que historicamente comandam o cenário industrial.

“A Alemanha criou a marca Indústria 4.0, e através de uma política de estado faz a própria propaganda ao longo do mundo. Eles querem fixar ‘compre a Alemanha, somos modernos’, como os Estados Unidos. Outros países talvez não sejam tão eficientes em divulgação quanto eles, mas tem um poder de tecnologia. Todos os centros de desenvolvimento de softwares de ponta estão em Israel, os melhores callcenters estão na Índia, porque lá eles investem em desenvolver pessoas e ambientes para esse tipo de produto de alto valor agregado”, afirma Fernando Ferraz, vice-presidente de operação da Akaer.

Fernando Ferraz, vice-presidente de operação da Akaer (Marcus Alvarenga/Meon)

Fernando Ferraz, vice-presidente de operação da Akaer

Marcus Alvarenga/Meon

No Brasil e na RMVale

Durante o desenvolvimento do debate, os profissionais presentes entraram em acordo de que o brasileiro tem o potencial de adaptação e flexibilidade, podendo se adequar a diferentes possibilidades de mercado, mas o problema é foco.

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“Os outros fazem o simples, mas bem feito e de forma eficiente. Temos a vocação da criatividade, adaptação e a distância ideal, isso nos ajuda muito. A moda que faz sucesso aqui é somente nossa, como produtos que têm sucesso aqui é não têm no seu país de origem. Então temos que escolher o que vamos fazer”, diz Ferraz

Entre às áreas já reconhecidas nacionalmente, foram citados os centros de desenvolvimento de software em Recife e Santa Catarina e o centro de biotecnologia e fármaco, em Goiânia e Curitiba. Já São José dos Campos e a RMVale são vistos como áreas com potencial, mas que precisariam, de acordo com os palestrantes, enxergar além das tradicionais empresas da região. 

“A região é muito rica em startups, eu vejo uma florescente de empresas nascentes e jovens de mente, comoo grande potencial que é o ITA (Instituto de Tecnologia e Aeronáutica). E o Parque Tecnológico é um bom espaço, mas deve se remodelar um pouco, ter uma identidade integrada, ter essa linha de digitalização com a região, talvez integrando formas de educação através do aprendizado dessas empresas, podendo contribuir para o futuro e garantir que São José continue como um polo de brand marketing no Brasil”, diz Dauscha.

O vice-presidente da Akaer, Fernando Ferraz,  também aponta essa necessidade de mudança no perfil de mercado na região. 

“A RMVale é um centro de excelência, o problema e que precisa se readequar. Tivemos uma posição confortável de ser o foco da indústria aeronáutica e espacial, isso esta passando, porque só isso não e mais suficiente, nós precisamos criar outras coisas", declara. "È um leque bastante grande, temos trabalhado com smart ciy, smart grid, soluções inteligentes, mas é muito difícil fazer uma previsão. Mas sem duvida nenhuma, a RMVale é uma região de alta tecnologia, aqui temos profissionais, tem empresas e tem o ecossistema pronto para gerar soluções e alternativas.”, conclui.

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