Os docentes, estudantes e diversas frentes sindicais vão se reunir na Praça Afonso Pena, no centro de São José dos Campos, na manhã desta quarta-feira (14). No dia da Greve Nacional da Educação, as entidades vão realizar um ato em defesa da educação e contra o corte de verbas no ensinos superior, anunciado pelo Ministério da Educação.
Em São José, a concentração terá início às 9h e são esperadas, pelo menos, cerca de 280 pessoas. Logo após, às 14h, está previsto que parte dos participantes irá para a sede da Apeoesp, em São Paulo.
O campus da Unifesp em São José conta com quase 1.500 estudantes e 108 docentes. Para a professora e membro da diretoria da Associação dos Docentes da instituição, Luciana Ferreira, o entendimento é que o corte e contingenciamento proposto pelo MEC e governo federal ferem as atividades administrativas, de ensino, pesquisa e extensão das universidades.
“A Unifesp de São José dos Campos corre risco iminente de parar suas atividades por falta de condições mínimas de funcionamento, pois a medida do governo inviabiliza pagamento de água, luz, limpeza e terceirizados. Ao mesmo tempo, sofremos com cortes em bolsas de pesquisa, extensão, redução de atividades culturais formativas e auxílios estudantis, sendo que a maioria de nossos estudantes necessita desses recursos para a sua permanência”, pontuou.
Contingenciamento pode afetar bolsas, atividades administrativas e extensões
Arquivo Pessoal/Luciana Ferreira
Maíra Terra Garcia, de 27 anos, é aluna de doutorado do programa de biopatologia bucal da Unesp de São José dos Campos. Ela conta que o corte de verbas afeta em tudo, desde falta de material, manutenção de salas e está colocando em risco o fechamento de cursos importantes, como o da engenharia de Guaratinguetá.
“Nós somos alunos que dedicamos mais de 40 horas semanais em estudos e pesquisas. Trabalhamos para trazer ciência para a população e todos usufruem dela. O corte de verbas mexe diretamente com o que estamos produzindo para a população. A manifestação de amanhã é pela ciência e educação, todos precisam se juntar a nós. Devido a tudo isso, conseguimos trazer saúde, tecnologia e educação”, ressaltou.
Caio Petri, de 23 anos, é doutorando em sensoriamento remoto pelo Inpe e também avalia que esses cortes na educação afetam diretamente a pesquisa e, consequentemente, o desenvolvimento da ciência e tecnologia no país.
“Esse tipo de corte prejudica a pesquisa em geral no Brasil e tira do aluno a grande fonte de sustentação dele. Com isso, a mão de obra fica cada vez mais desqualificada e o profissional acaba ocupando posições inferiores. Atos como este são importantes para mostrarmos a relevância que a pesquisa tem para a ciência e o avanço da tecnologia”, ponderou.
Até a publicação desta matéria, a manifestação tinha adesão da Unifesp, Unesp, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São José, Inpe, professores da educação básica e sindicatos, como metalúrgicos, químicos, petroleiros, trabalhadores dos Correios e da alimentação, servidores municipais, condutores e aposentados, além movimentos sociais.
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