Por Laryssa Prado Em Opinião

Pesquisa brasileira sobre animação é reconhecida em congresso na Europa

Laryssa Prado (Arquivo Pessoal)

Sem financiamento, estudante de Jacareí faz vaquinha para custear a viagem

Arquivo Pessoal

O senso comum tende a acreditar que o mestrado é uma continuação da faculdade. É possível entender dessa forma, mas existe algo que vai além. Quando um aluno resolve prolongar seus estudos ele opta por se aprofundar em algo, opta por responder perguntas ainda não feitas pela academia. Ele escolhe não só ser receptor de conhecimento, como ocorria na faculdade, e passa a produzi-lo. São essas pesquisas que trazem inovações, seja na área de exatas, biológicas ou humanas. São essas pesquisas que fazer a educação e a ciência avançarem.

Me formei em Comunicação com habilitação em Jornalismo em 2016, na Universidade Federal de Juiz de Fora. Trabalhei como repórter por algum tempo, mas as perguntas que a graduação havia me suscitado ainda permaneciam sem respostas, e elas tomavam meu pensamento. Foi aí que decidi abandonar meu trabalho e voltar para a universidade, desta vez, no mestrado. Mas ao contrário de tudo que eu já havia estudado, das pesquisas que havia desenvolvido durante quatro anos sobre telejornalismo, meu interesse era outro: as animações nacionais infantis e a representação de gênero. Depois de procurar bastante, vi que era um tema pouco explorado. Aí estava a minha chance de estudar algo novo e que me encantava.

Comecei minha pós-graduação em março de 2017 na mesma instituição que me graduei. Ao longo de todo ano, fui ficando mais íntima do tema, com o qual eu nunca havia tido contato - para alguns colegas parecia loucura, para mim, a melhor escolha possível. Peguei ainda mais gosto pelo meu trabalho. Sim, trabalho. É assim que encaro o que faço. Sou pesquisadora.

Esse primeiro contato deu origem a alguns artigos apresentados em congressos nacionais e regionais. E em janeiro de 2018 veio o primeiro reconhecimento internacional: a aprovação no I Congresso Internacional Quirino da Animação Ibero-americana. Foram enviados 37 trabalhos de oito países (Argentina, Brasil, Colômbia, Dinamarca, Equador, Espanha, México e Portugal), só 11 deles foram aprovados. Entre estes, dois brasileiros, sendo eu a única representante de um programa de pós-graduação de uma universidade pública.

Após buscar financiamento da UFJF, não obtive uma resposta positiva. Não havia verba disponível para custear a viagem (só a passagem ficaria em torno de 4 mil reais), nada poderia ser feito em meu benefício. A proximidade do evento (06 e 07 de abril) também inviabilizou o pedido de auxílio a órgãos de fomento como CNPq e Fapemig. Tentei então conversar com meus pais, já que a bolsa que recebo da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), no valor de R$ 1500, não seria suficiente, visto que apesar de ser de Jacareí-SP, moro em outra cidade, Juiz de Fora-MG, onde tenho inúmeros gastos. Entretanto, minha família também não podia me ajudar. Fiz a simulação de um empréstimo, conversei com parentes e amigos, mas não encontrei nenhuma solução.

No dia 20 de fevereiro, eu já havia desistido. Mas minha indignação era tamanha que recorri ao “textão” do Facebook e desabafei. Como uma universidade nos incentiva a internacionalizar as pesquisas se a mesma não pode nos apoiar? A ideia de perder a oportunidade de mostrar meu trabalho para grandes teóricos da animação me atordoava. Foi aí que alguns amigos encontraram uma possível solução: a solidariedade. Fiz uma vaquinha online e em menos de 24h já havia arrecadado 20% do valor necessário para a viagem. Mas o tempo é curto, e ainda estou longe do valor total. Por isso, peço também a sua colaboração! Me ajude a representar o nosso país lá fora!

  

Para mais informações, contate 12 98206-7717, ou laryssaprado@live.com.

Link dos trabalhos aprovados: https://premiosquirino.org/pt-pt/comunicacoes/

Link da vaquinha: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/me-ajude-a-representar-o-brasil-na-espanha

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