Por Meon Em Opinião

Métricas da vaidade, um dos males atuais dos políticos brasileiros

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Pesquisa deste final de semana feita pelo Datafolha mostra oscilação negativa nos números de Dória

Divulgação

Pesquisa Datafolha divulgada nesse fim de semana trouxe uma informação que chamou a atenção.  A queda na aprovação do prefeito João Dória, do PSDB, junto aos paulistanos , que foi de 41% para 32%, em quatro meses. Uma perda de 9%.

Com um início fulminante, entre outros fatores pelo bom trabalho realizado nas redes sociais, o recém empossado prefeito da maior cidade do país foi rapidamente elevado ao cargo de pré-candidato à presidência da República. 

O índice de aprovação e, principalmente, a exposição midiática obtida a partir de suas ações, que ganharam multiplicadores por várias regiões do país, por meio do ambiente digital, fizeram dele um nome, aparentemente, forte o suficiente para se contrapor ao projeto petista de levar o ex-presidente Lula de novo ao cargo.

Talvez, o resultado da pesquisa Datafolha nos traga a uma realidade que muitos ignoraram. A aprovação de Dória foi alta muito antes que ele pudesse ser avaliado como prefeito, como o gestor que se propagou durante a campanha eleitoral. Suas ações iniciais foram muito mais de zeladoria do que de gestor, de agente político capaz de implantar políticas públicas reais e que atendessem aos reais interesses da população local, que votou nele acreditando que ele seria a melhor opção para a cidade.

Embalado pela chamada métrica da vaidade, como são chamadas curtidas, alcance e visualizações nas redes sociais, Dória também acreditou que era esse nome para a disputa presidencial e, a partir disso, iniciou viagens pelo país e a propagar discursos que tinham endereço certo, o de ganhar a atenção dos eleitores em regiões nas quais ele ainda não possuía entrada, como o caso do norte e nordeste. Talvez até seja, mas é preciso mais do que isso para ter tal certeza.

A pesquisa divulgada no fim de semana  talvez nos traga à realidade, assim como pode trazer à realidade os diversos políticos que ao longo dos últimos cinco meses o tiveram como exemplo e modelo de política e trabalho nas redes sociais a ser seguido.

Na verdade, o que a pesquisa talvez tenha feito foi mostrar aos políticos que o eleitor de hoje está atento aos fatos. Pode até se empolgar por ações eleitoreiras, mas espera mesmo é trabalho, é solução de problemas, políticas públicas reais. Os paulistanos demonstram que não estão satisfeitos, pois querem algo a mais do que um político midiático. Querem um político que execute.

Ao invés de lutar por curtidas e visualizações, o político deveria lutar pelo engajamento, pela participação, pelo relacionamento. Porém, não pode jamais se esquecer de que tudo isso deve estar aliado ao trabalho.

As ações digitais são importantes, mas devem estar atreladas à realizações.

As métricas da vaidade podem satisfazer o ego, mas não se sustentam no afunilamento de uma disputa eleitoral. Por isso, o planejamento deve ser sério, feito com base em informações e dados, para que a tomada de decisão seja assertiva e assim o passo para a conversão do voto mais real e menos efêmero.

Trabalhar com redes sociais é mais do que postagens no Facebook, sempre falo isso. É fazer o trabalho com inteligência, por mais que muitos políticos ainda não entendam.

Alcance, visualizações, curtidas são apenas uma parte, e pequena de todo o processo. Os que entendem isso, com certeza conseguem ir além. Os que não enxergam, bem, esses satisfazem o ego, já votos...

 

 

 

 

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