Por Meon Em Opinião

Presidente troca de agência em busca de sucesso na internet

Semana passada falei que abordaria aqui a questão das troca de favores políticos que resultam em pessoas ocupando cargos nas Secretarias de Comunicação sem terem qualificação para isso. No entanto, esse tema ficará para outro dia. Comunicação é algo muito dinâmico e temos de acompanhar seu ritmo. E É isso que faremos hoje.

Todos se recordam que no último texto, abordei aqui a situação do prefeito de São Paulo e o uso que ele faz das redes sociais. Fiz alguns comentários, algumas afirmações, apresentei minhas convicções. Pois bem, eis que nessa sexta-feira, dia 28, me deparei com uma informação que me chamou muito a atenção.

A página oficial do Estadão no Facebook trouxe que o presidente Michel Temer vai trocar a agência que cuida de sua comunicação digital.

Ocorre que a empresa que deixará de realizar o trabalho é de Daniel Braga, o marqueteiro digital de João Dória. Uma notícia bastante interessante, que merece uma reflexão e que corrobora alguns pontos que levantei semana passada.

Afinal, se a agência é a mesma e se Dória é um sucesso positivo nas redes sociais, por quais razões Temer não o é, também?

Em primeiro lugar, como disse antes, uma boa comunicação nem sempre salva um mau governo. E vamos combinar que a rejeição do presidente, que atingiu patamares nunca antes visto na história deste país, ou desde que esse tipo de avaliação se iniciou, é reflexo de um governo que se distancia dos anseios da população. Logo, não tem comunicação bem feita que salve. E olha que nem isso tem ocorrido. O trabalho de comunicação fica bem aquém do que seria preciso para minimizar os desgastes de ações políticas tão traumáticas quanto as tomadas pelo nosso chefe maior. Isso sem contar os escândalos nos quais está envolvido.

Segundo que, assim como também já falei por aqui, se quer sucesso como o Dória, trabalhe e aja como ele. Agora, dá pra imaginar o presidente vestido de gari? Claro que não.

Não estou dizendo que coisas do tipo fossem necessárias, mas ações práticas, que contassem com um pouco da presença do presidente nas redes talvez ajudasse. Claro que o presidente é uma pessoa ocupada, mas se quer sucesso, precisa participar, estar presente. Mesmo no caso do presidente, não acredito em terceirização total dos serviços.

O exemplo mais claro e óbvio do que digo é o ex-presidente americano Barack Obama. Apesar de todas as suas atribuições, ele era participante das ações digitais. Ele se fazia presente, ele rompia a barreira da distância com os cidadãos.

Não há fórmula mágica, como já disse, há trabalho.

Então, não adianta trocar a agência se não houver mudanças significativas: primeiro de governo. Ele precisa ser mais próximo do povo e menos dos interesses privados e parlamentares. Segundo, de postura: quer se dar bem nas redes sociais, participe delas de forma real, não apenas protocolar.

Pode até ser que a troca traga algo novo no começo, mas se ele não participar, com certeza, vai se perder ainda mais.

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