Por Meon Em Opinião

Salvar as matas Atlântica e Amazônica

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A Amazônia brasileira esta sendo observada pela comunidade mundial, pelo corte no nível do chão de sua floresta, que já tem atingido cerca de 20% da floresta original. A maioria da população de nosso país nada faz para acabar com seu alto prejuízo causado pela devastação da mata Atlântica, que já alcança aproximadamente cerca de 90% de sua área desde o advento do descobrimento, sendo considerado como um dos principais fatores da instalação da crise hídrica e energética que assola as regiões Sul e Sudeste.

Na mata Atlântica, as proporções se invertem em relação à floresta Amazônica, onde a preservação é maior que a devastação, restando apenas 12% de mata nativa. Temos que preservar os poucos remanescentes que restam e recuperarmos a grande parte do que foi desmatado. Dificilmente iremos conseguir vencer a crise hídrica.

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A conservação da biodiversidade, muito importante para o nosso país, tem nas entidades SOS Mata Atlântica, Instituto Bandeirantes e Projeto Rio Vivo – Band Vale, entre outras, uma tentativa de chamar a atenção para o fato de que a Mata Atlântica é um dos biomas de altíssima diversidade biológica, mas gravemente ameaçada pela devastação sob a influência de ações antrópicas. A necessidade de conter a devastação, como na Amazônia, na mata Atlântica é imprescindível e urgente, para alimentar a recuperação de grandes áreas degradadas. 

Neste momento em que a crise hídrica e energética tende a colapsar regiões no nosso país, começou a se compreender essa emergência/urgência, especialmente para as áreas das bacias hidrográficas, como a dos rios Paraíba do Sul, Piracicaba, Jundiaí, Capivari, etc onde se localiza o sistema Cantareira e outros que abastecem a região de maior concentração populacional do estado de São Paulo.

Um dos biomas mais importantes do Brasil, a mata Atlântica foi devastada, alterando o cenário da história do Brasil desde o começo por volta de 1500. Foi nesse cenário que os supostos colonizadores deixaram suas características predatórias, no estabelecimento de um modelo de gestão, com base em uma agricultura colonial devastadora. Os idolatrados colonizadores portugueses não estavam preocupados em estabelecer a aplicação de conhecimentos de proteção dos solos. O modelo então aplicado e exigido a sua eficácia, deixaram perplexos os imigrantes europeus que chegaram a partir do final do século 19.

Nos dias de hoje, a crise hídrica e energética que assola as regiões do país não admite alternativas para a salvação de nossos mananciais. Um documento endossado pelos membros da Academia Brasileira de Ciências, em que aproximadamente 15 pesquisadores fazem um alerta para estiagens cada vez mais extremas, isso devido a “indícios de que existe uma fortíssima mudança climática em curso”.

Esse documento ressalta que mesmo as chuvas em nível pluviométrico considerado necessário para evitar uma catástrofe, ainda que passemos a usar água de modo consciente e por mais que os poderes públicos constituídos estabeleçam os sistemas de abastecimento que já deveriam estar prontos, doravante não mais teremos segurança hídrica. Deveremos, então, coibir a devastação de nossa cobertura vegetal nativa e se não recuperarmos grande parte das áreas florestais degradadas, principalmente nas bacias hidrográficas, teremos um colapso na nossa população.

A falta de vontade política, associada a escassez de recursos financeiros público, são os únicos e verdadeiros obstáculos para que mais projetos sejam postos em prática. Porém, criar uma pressão pública enorme para forçar a vontade política é o que a nossa comunidade sabe e deve fazer de melhor, porém sem que haja devastação de bens materiais.

Especialistas chamam o fenômeno de colapso silencioso. Mais do que estatísticas, precisamos ter uma concentração no que acontece no chão da floresta e que não sai nas imagens fotográficas enviadas pelos satélites. A ineficiência dos sistemas de controle, planos de manejo fraudulentos, impunidade, falta de governança nas nossas matas, florestas, serrado, o afrouxamento das leis ambientais, incêndios florestais criminosos e o sucateamento dos órgãos de fiscalização são a base dos lamentáveis números de florestas e matas  nativas perdidas, frequentemente anunciados.

Tais crimes contra a natureza e as florestas, se manifestam principalmente em salas com ar condicionado e gabinetes iluminados, gastando energia elétrica e água, locais que, mesmo sem nuvens, não são detectados pelos satélites.

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