Por Meon Em Opinião

O voto é uma moeda de troca?

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A cada ano de eleição os políticos procuram aprimorar as técnicas utilizadas para conquistar não só a simpatia, mas principalmente o voto do cidadão. As armas utilizadas para essa tal conquista vão além da boa conversa ao pé do ouvido, a qual geralmente vem acompanhada de uma promessa que vai desde uma ajudazinha para a compra de um bem material ou imaterial, de uma vaga no staff do quem sabe eleito, ou no mínimo uma indicação trabalho com outro amigo eleito. Em suma, é uma verdadeira troca, de favores. Em outras palavras chega perto da proibida compra de voto, logicamente nunca admitida pelos espertalhões.

Caciques políticos e candidatos a cacique rocuram a fórmula adequada para driblar a legislação e principalmente pessoas

Ainda em ano de eleição, caciques políticos ou candidato a cacique, procuram a fórmula adequada para driblar a legislação e principalmente pessoas, geralmente bons contadores, que possam debruçar dias nas leis vigentes, modificadas conforme o vento, para que se faça uma prestação de contas transparente, pelo menos aos olhos da justiça eleitoral.  Há quem afirme que esse competente profissional está tão difícil de encontrar, como os mágicos marqueteiros, cujos poderes chegam ao ponto de elegerem verdadeiros postes para o Poder Legislativo.

Em São José dos Campos um garoto recém formado em publicidade foi convidado por um candidato para fazer a campanha desse ano e chutou alto o valor de seu passe. 40 mil reais por três meses e meio de trabalho. É claro que ninguém está questionando o seu poder de persuasão que irá incutir, disponibilizar ao candidato, mas deve estar iniciando a carreira  a partir de escolas como a dos vitoriosos Duda Mendonça e João Santana.

O que se questiona de fato é a vontade do cidadão chegar lá. Ser eleito, o grande sonho, é garantir, no mínimo uma excelente estabilidade financeira de quatro anos. Se der conta do recado, e pegar bem as manhas do Poder, não largará a teta por um bom tempo. E tem ainda outro fator que contribui para busca de bons marqueteiros. É a história do investimento na imagem e em uma proposta positiva, que, mesmo não eleito na primeira tentativa, está convicto que um degrau já subiu em suas pretensões.

Exemplo. Agora em outubro vai pedir voto para tentar eleger-se deputado estadual ou federal. Não consegue votos suficientes, hoje cerca de 40 mil votos para deputado estadual, dependendo do partido ou 50, 60 mil para uma vaga na Câmara Federal. Aí com metade dessa votação, já o anima a lutar por quatro cinco mil votos em 2020, na conquista da vaga de vereador. Esse é o pensamento vigente. E desta forma se explica que só de São José dos Campos deverão sair em busca de um cargo na eleição desse ano, cerca de 15 candidatos.

O que se espera é que cada um desses futuros pretendentes a prestadores de serviços á comunidade inovem com propostas sérias, responsáveis e que ajudem com ideias novas que contribuam com um debate positivo sobre essa nobre arte de fazer política.

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Nivaldo Marangoni é jornalista e colunista do Meon

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