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Felipe Hirsch faz mergulho no continente para falar sobre amor pela literatura

Entre o real e o irreal, 'Severina exala magia e exalta o poder da literatura

Felipe Hirsch

Felipe Hirsch

Estadão

Felipe Hirsch planejava filmar Severina em Porto Alegre. Seu interesse pelo romance do guatemalteco Rodrigo Rey Rosa surgiu no quadro de um projeto teatral desenvolvido especialmente para a Feira do Livro de Frankfurt, em 2013 - Puzzle. Foi ali que Hirsch começou a mergulhar no continente, nas veias da América Latina. Seu longa anterior havia sido feito em Brasília - Insolação, codireção de Daniela Thomas. "Rey é objeto de um culto, chamado de escritor dos escritores. Apaixonei-me por sua escrita e descobri uma coisa importante.

"Intimamente, estava procurando uma outra coisa. Levei tempo resistindo a fazer o segundo filme porque não queria permanecer retroativo em relação às questões políticas da América Latina. Buscava um projeto poético que durasse ao longo do tempo."

O livro de Rey lhe forneceu o material. Mexeu com ele. O dono de uma livraria envolve-se com essa misteriosa garota que rouba livros. Porto Alegre, tão próxima de Montevidéu e Buenos Aires, lhe trouxe essa ambiência tão latina - uma cidade invernal. "Mas aí as coisas foram tomando outro rumo. Contava com um patrocínio que não saiu, o Rodrigo (Teixeira, produtor de Me Chame pelo Seu Nome) entrou com sua expertise. Ele já estava produzindo no Uruguai, onde fez O Silêncio do Céu. Montevidéu virou opção, e é uma cidade que me encanta.

"Filmamos na Ciudad Vieja, com atores argentinos, uruguaios e chilenos, fora do zeitgeist, bem como eu queria. Uma coisa poética, centrada na permanência do humano. É o que mais me interessa nesse momento em que o mundo parece fora de controle."

Severina estreia quando ainda está em cartaz A Livraria, de Isabel Coixet, que venceu o Goya, o Oscar espanhol, sobre essa mulher que vira objeto de ódio simplesmente por abrir uma livraria numa comunidade litorânea.

Simultaneamente, está entrando o novo Roman Polanski - Baseado em Fatos Reais -, em que uma autora, Emmanuelle Seigner, é enredada na teia de uma leitora, Eva Green. De repente, e em plena era dos e-books, os livros estão de volta para exaltar o que Hirsch define como "o espírito redentor do perdão".

Interpretado por Javier Drolas, o ator argentino de Medianeras, com quem o diretor filmou a série Menina Sem Qualidades para a MTV, e Carla Quevedo, Severina tem um encanto todo particular. "Sinto que, com esse filme, cheguei a um porto em que deixei meu instinto livre para falar. O mais curioso é que, para ser livre, precisei me perder nesses espaços de descobertas."


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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