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'O Sucessor', a trama galega sobre o tráfico

Nos primeiros minutos do primeiro capítulo de "O Sucessor", série espanhola disponível na Netflix, uma festa de aniversário é usada como pretexto para apresentar de forma didática todos os personagens da trama.

Estão lá o patriarca da família, dono de um império empresarial que precisa achar um sucessor, o filho gay que é dependente químico, a filha artista que não se interessa pelos negócios, a filha bastarda que rejeita o sobrenome e o leal advogado que é tratado como um filho adotivo.

Os vilões não deixam dúvida sobre seu caráter e falam em voz alta sobre suas tramoias. Os mocinhos não fazem concessões à pureza do caráter. Os diálogos são curtos e sem floreios.

Basta juntar os pontos para entender o que vem pela frente: um autêntico novelão. O folhetim, porém, também pode ser apreciado pelos fãs de séries sobre narcotráfico, um subgênero que faz sucesso na indústria da tevê.

Nemo Bandeira, o capo interpretado por José Coronado, comanda o tráfico na belíssima costa da Galícia. O cenário e o negócio são exatamente os mesmos da série "Farina", inspirada na história real do impiedoso Sito Miñaco.

A boa sacada da ficção foi diagnosticar o chefe mafioso com Alzheimer. Por mais que Nemo se esforce para esconder da família os primeiros sintomas, o avanço da doença condiciona o futuro do clã.

A imensa costa galega até hoje é a porta de entrada perfeita na Europa para toneladas de cocaína que saem dos cartéis da América do Sul e do México. Assim como Sito, Nemo também começou pescando e ficou rico quando construiu pontes com os colombianos.

Não fosse sua deslumbrante paisagem de fundo, a fictícia comarca gallega de Oeste podia perfeitamente ser um cenário dos estúdios da Globo.

Ao contrários de série/novelas mexicanas como "Ingobernable" (Netflix) ou "Rainha do Tráfico" (Globosat), "O Sucessor" é um bom produto. O elenco cumpre seu papel sem passar vergonha, há um certo respeito pela verossimilhança e investimento nas cenas de ação.

O problema, como costuma ocorrer nesses casos, é a previsibilidade. Não é preciso de spoiler para saber os próximos capítulos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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