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Abras deve revisar previsão de alta nas vendas em 2014

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) deve revisar para baixo no próximo mês sua previsão para crescimento das vendas do setor supermercadista em 2014, informou nesta quarta-feira, 30, o presidente do conselho consultivo da entidade, Sussumu Honda. A previsão feita no início do ano era de alta de 3%.

Durante apresentação dos números de vendas em junho, o executivo observou que uma expansão abaixo do patamar de 3% ao ano é "bastante baixa" segundo os níveis históricos do setor. Se o resultado abaixo desse patamar se confirmar, será o pior desde 2006, ano em que as vendas dos supermercados tiveram queda real de 1,59%.

O executivo apontou para o fato de que os números do primeiro semestre indicam desaceleração no ritmo de crescimento das vendas mês a mês. Ele ainda lembrou que o segundo semestre de 2013 foi de ritmo de crescimento mais alto e que, portanto, o patamar de comparação dos próximos meses será mais duro.

Honda avaliou que as vendas em junho tiveram uma dinâmica diferente por conta da Copa do Mundo. "Se criou muita expectativa (para alta de vendas na Copa), mas houve certa exacerbação nesse aspecto", comentou. O executivo considerou que algumas categorias de produtos foram beneficiadas na Copa, em especial bebidas e carnes, mas outras tiveram menor venda.

"O consumo ficou muito voltado para bebidas, carnes e salgadinhos, mas o supermercado não é só isso", disse Honda. Ele citou itens de bazar (roupas, brinquedos, utensílios domésticos) como um segmento que acabou sendo prejudicado nesta época. Outro impacto foi o menor horário de funcionamento nas lojas, citou. De acordo com ele, algumas lojas, em especial as de menor porte, fecharam antes dos jogos da seleção brasileira e não reabriram depois.

Ainda assim, Honda considerou que o desempenho do varejo de alimentos foi melhor do que de outros setores do comércio. "Acho que o resultado na Copa de certa forma é bom, o varejo alimentar conseguiu aproveitar muitas oportunidades", ressaltou, ponderando que as perspectivas em setores como o varejo de vestuário e calçados já eram piores.

Frequência

A Abras considera que já é possível observar queda na frequência dos consumidores às lojas, comentou Honda. O executivo mencionou que o dado de redução da frequência vem sendo observado em todas as redes.

Honda considerou, porém, que o tíquete médio das compras vêm se mantendo. Ele atribuiu esse resultado de queda de frequência à menor ocorrência da chamada compra por impulso. "O consumidor faz a compra do mês, mas não volta para aquelas compras menores", comentou.

Entre os fatores macroeconômicos que afetam o cenário, Honda mencionou a menor confiança do consumidor. "Há um bombardeio de informação todos os dias e não são boas informações no lado macroeconômico, isso não é um sinalizador positivo", acrescentou.

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