O dólar teve novo dia de queda nesta quinta-feira, 6, influenciado pelo comportamento da moeda dos Estados Unidos no exterior e por especulações sobre a corrida presidencial após o episódio envolvendo o candidato Jair Bolsonaro (PSL), que levou uma facada em Minas Gerais. A moeda renovou mínimas perto do fechamento, com a leitura das mesas de operação de que o ataque ao militar deve ter desdobramentos, podendo enfraquecer a esquerda nas eleições. O dólar à vista fechou em baixa de 1,40%, a R$ 4,0847. Na mínima, a divisa foi a R$ 4,0737 e, na máxima, a R$ 4,1652.
A quinta-feira começou com a moeda dos EUA oscilando entre pequenas altas e baixas no mercado doméstico, em meio ao tom de cautela dos investidores antes do feriado prolongado no Brasil, que terá a divulgação dos dados mensais de emprego da economia norte-americana. Além disso, na semana que vem Datafolha divulga pesquisa de intenção de voto e, no domingo, haverá um novo debate entre os presidenciáveis promovido pelo grupo Estado e a TV Gazeta.
O operador de câmbio da Fair Corretora, Hideaki Iha, destaca que o dólar engatou queda no começo da tarde acompanhando a perda de fôlego da moeda no exterior, mas sem se desligar das eleições. Logo após o episódio envolvendo Bolsonaro, a divisa reduziu o ritmo de baixa, para em seguida acelerar as perdas e bater mínimas. O diretor de uma gestora avalia que o ataque pode fortalecer o militar, que vai ganhar mais exposição na imprensa e nas redes sociais, ao mesmo tempo que pode enfraquecer a esquerda, principalmente Ciro Gomes (PDT) e o PT.
Mesmo com a queda de hoje, a moeda dos EUA acumulou alta de 0,49% na semana. O Banco Central ficou de fora do mercado nos últimos quatro dias, fazendo apenas o leilão de rolagem de contratos de swap. No ano, porém, a moeda americana segue em alta forte, de 23%, a terceira maior entre as moedas de emergentes, atrás apenas da Argentina (+107%) e Turquia (+72%).
No exterior, o dólar caiu forte hoje ante o peso argentino, recuando 2,62%, e um pouco menos na comparação com outras divisas, como o rand da África do Sul, e o peso do México, mas no geral perdeu valor ante a maioria de divisas de emergentes e de alguns desenvolvidos. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas de países desenvolvidos, caiu 0,16%. Dados mais fracos que o previsto do relatório ADP, que mede a criação de emprego dos EUA no setor privado, ajudaram a enfraquecer o dólar ante outras divisas. A expectativa agora é para a publicação do relatório de emprego ("payroll") com dados de agosto, que será divulgado nesta sexta-feira.
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