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Exterior penaliza ativos de emergentes e juros longos fecham em forte alta

Os juros futuros fecharam a sessão desta quinta-feira, 26, em alta em toda a curva, que foi mais forte nos contratos de longo prazo, refletindo sobretudo o cenário externo, que, por sua vez, foi pautado pela redução do apetite pelo risco de ativos emergentes. Pesaram sobre as taxas futuras a forte alta do dólar e o novo avanço do rendimento dos Treasuries, enquanto, internamente, o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) considerado levemente "hawkish" (mais duro) deu argumento para um pouco correção nas apostas de extensão do ciclo de queda da Selic além de 2017.

A vitória do governo na quarta, na Câmara, com a rejeição da denúncia contra o presidente Michel Temer, pelo placar abaixo do esperado de 251 votos a favor do governo, e a pronta movimentação de aliados de Temer nesta quinta para tocar a agenda de reforma ficaram em segundo plano, num dia em que o investidor esteve mais voltado ao cenário internacional.

Ao final da sessão regular, o volume de contratos era bastante expressivo, assim como o avanço das taxas na ponta longa. A do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 saltou de 9,59% para 9,82% e a do DI para janeiro de 2021, de 8,90% para 9,13%.

A taxa do DI para janeiro de 2020 fechou em 8,43%, de 8,19% no ajuste de quarta. Nos curtos, o DI para janeiro de 2019 encerrou em 7,36%, de 7,24%. Às 16h37, o dólar à vista era negociado aos R$ 3,2785 (+1,23%). Nos Treasuries, a taxa da T-Note estava em 2,454%, do patamar de 2,43% na quarta.

Nesta quinta-feira, os principais impulsos para o dólar vieram da decisão do Banco Central Europeu (BCE), que penalizou o euro, e de rumores de que a presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Janet Yellen, estaria fora da disputa para comandar a instituição em 2018.

O BCE decidiu prorrogar o programa de recompra de bônus ao menos até setembro de 2018, mas em ritmo menor a partir de janeiro, dos atuais 60 bilhões de euros para 30 bilhões de euros. O BCE também reiterou que poderá ampliar o programa, seja em duração ou tamanho, caso haja piora da perspectiva econômica da zona do euro.

Quanto ao Copom, a decisão de cortar a Selic para 7,50% ao ano e a sinalização de redução do ritmo de queda na reunião de dezembro já eram esperados. Contudo, parte do mercado considerou o fato de o BC ter retirado do comunicado a menção a um "encerramento gradual do ciclo", que constava do texto anterior, como um indicativo da intenção de encerrar o ciclo ainda este ano, com a taxa básica em 7%.

Vale lembrar que algumas instituições, como Itaú Unibanco, Bradesco e Banco Safra, preveem que o processo se estenderá até o começo de 2018, com Selic terminal abaixo de 7%.

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