Após o mercado de veículos novos ter apresentado em julho a sua terceira alta mensal seguida, o presidente da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção Jr, afirmou nesta terça-feira, 2, que "o pior já passou", em referência às quedas enfrentadas pelo setor desde 2013.
A avaliação de Assumpção se deve principalmente à crença de que é muito provável que o Senado decida pelo afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência da República. "Temos a clareza forte de que o período de interinidade está próximo do fim", disse o empresário, que acredita na ideia de que a resolução do impasse político é fundamental para a recuperação da economia.
Ele também aponta que já é possível observar alguma melhora no consumo de veículos, puxada pelos brasileiros que contavam com alguma reserva financeira e estavam à espera de algum sinal de recuperação da economia para comprar um carro. Reconhece, no entanto, que o aumento do desemprego será um limitador.
Apesar da expectativa de melhora, a Fenabrave revisou a previsão para o ano inteiro, de queda de 9,8% para recuo de 18,2%, aproximando-se, portanto, da estimativa da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que espera baixa de 19%. Os números foram revisados após o mês de julho registrar 181.416 unidades vendidas, alta de 5,59% em relação a junho, mas contração de 20,29% ante julho do ano passado. Assumpção disse, no entanto, que o impeachment de Dilma pode resultar em revisões das previsões para números melhores.
Eleições municipais
A proximidade das eleições municipais aqueceu o mercado de ônibus em julho, afirmou Assumpção Jr. No sétimo mês do ano, foram 1.948 unidades vendidas, crescimento de 62,6% em relação a junho e de 14,72% na comparação com julho do ano passado.
Segundo Assumpção, é normal que, nos meses que antecedem as eleições municipais, as prefeituras comprem novos ônibus para renovar a frota. O aquecimento em julho, no entanto, não foi suficiente para reverter o desempenho do mercado no acumulado do ano, que registra retração de 33,69%. A previsão da Fenabrave para o ano inteiro é de que o segmento apresente recuo de 19%.
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