O declínio do dólar nesta terça-feira, 10, devido a uma realização de lucros, aliviou a pressão sobre as taxas de juros futuras, que também terminaram o dia em baixa. As taxas de juros futuras abriram em forte alta, com alguns vencimentos avançando 25 pontos-base nos primeiros minutos da sessão. Segundo operadores, as taxas foram impulsionadas pela alta do dólar e pelas crises política, fiscal e econômica. No entanto, a desaceleração do dólar ao longo da sessão levou a curva a termo a devolver prêmios, com as taxas terminando o pregão regular em queda.
No fim, o contrato do DI para maio de 2015 (1.690 contratos) projetava 12,659%, igual ao ajuste anterior. O contrato com vencimento em janeiro de 2016 (270.285 contratos) indicava 13,73%, ante 13,83% na véspera. O DI para janeiro de 2017 (477.635 contratos) tinha taxa de 13,65%, ante 13,85%. O DI para janeiro de 2021 (158.765 contratos) apontava 13,03%, ante 13,22% no ajuste de ontem. No câmbio, o dólar à vista fechou com queda de 0,45%, aos R$ 3,1090.
Dados da inflação, anunciados nesta manhã, apontaram aceleração dos preços. A primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de março mostrou alta de 0,74%, acima do teto das estimativas colhidas pelo AE Projeções, que iam de 0,45% a 0,73%.
Declarações feitas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre o câmbio reforçaram a percepção de intervenção menor neste mercado e alimentaram as grandes incógnitas sobre a inflação. Em entrevista por e-mail ao jornal O Globo, o ministro disse que a recente valorização do dólar é resultado de um fenômeno mundial e que a volatilidade cambial dos últimos dias não deve ser repassada à inflação. Quanto à necessidade do ajuste fiscal, Levy afirmou que "a grande maioria das pessoas entende que sem o equilíbrio fiscal não vamos crescer". Levy ressaltou ainda que, para que haja retomada do crescimento econômico, o ajuste fiscal "tem que ser rápido".
Levy disse ainda, nesta terça-feira, depois de se reunir com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que o governo deve aceitar a proposta de escalonar o reajuste na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), um dos pontos centrais do ajuste fiscal implantado pela equipe econômica. O ministro disse acreditar que o governo e o Congresso encontraram "um encaminhamento" para o assunto.
A ideia da proposta é que seja conferida uma correção maior na tabela para as faixas salariais mais baixas. Para quem ganha mais, o reajuste seria aquele defendido originalmente pela equipe econômica, de 4,5%, que é o centro da meta de inflação. Questionado, o ministro diz que o governo vai se esforçar para tentar um reajuste de 6,5% para as faixas de menor renda, mas não deu detalhes do escalonamento das correções em cada uma das faixas de contribuições.
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