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Juros recuam com dólar e retorno dos Treasuries após comunicado do Fed

O comunicado sobre a decisão de política monetária do Federal Reserve concentrou as atenções dos agentes nesta quarta-feira, 18. E depois de ser conhecido o documento imputou um viés de baixa ao dólar e aos juros dos Treasuries, empurrando os DIs para baixo.

No término da sessão regular, o Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2015 (121.350 contratos) tinha taxa de 13,100%, ante 13,120% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2016 (304.110 contratos) apontava 13,65%, de 13,76%. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (339.000 contratos) projetava 13,42% (mínima), ante 13,59% no ajuste da véspera. O DI para janeiro de 2021 (119.465 contratos) indicava 12,82% (mínima), ante 12,97% no ajuste anterior.

O juro da T-note de 10 anos caía a 1,9227% e o da T-note de 2 anos, a 0,5525%, influenciados pelo Fomc. O dólar no Brasil terminou em baixa de 0,96%, a R$ 3,2150.

Entre outras coisas, o Banco Central norte-americano manteve as taxas dos Fed Funds inalteradas entre zero e 0,25%, com decisão unânime, e retirou, como esperado, o termo 'paciente' do seu comunicado. Apesar disso, a instituição declarou que isso não significa que o início do aperto monetário é iminente. Para o Fed, o aumento das taxas só acontecerá quando a instituição estiver 'razoavelmente confiante' de que a inflação está nos trilhos para voltar à meta de 2% e desde que o mercado de trabalho esteja melhorando.

"Essa mudança na forward guidance (diretriz) não indica que o Fed decidiu sobre o momento do aumento dos juros", disse o banco central, em seu comunicado.

Depois do comunicado, a presidente da instituição, Janet Yellen, deu entrevista na qual afirmou que a mudança no comunicado não significa que haverá uma elevação dos juros na reunião de junho do Fomc, mas ressaltou que essa possibilidade não pode ser descartada. A dirigente sinalizou, porém, que o aperto monetário não deve ocorrer nas próximas duas reuniões do Fomc.

"Achamos improvável que as condições econômicas permitam uma elevação dos juros nas próximas duas reuniões", disse Yellen, reforçando que a decisão dependerá dos indicadores econômicos. "Será apropriado elevar juros quando houver mais recuperação no emprego e na inflação", completou.

Os contratos de Depósitos Interfinanceiros abriram em queda e chegaram a perder força no final da manhã, mirando o comportamento do dólar e deixando o mercado doméstico em segundo plano. Nem mesmo o Caged abaixo da mediana das previsões dos economistas influenciou as taxas.

O Ministério do Trabalho informou hoje que o País fechou 2.415 vagas de emprego em fevereiro deste ano, pela série sem ajuste sazonal, resultado bem pior que a geração de 260.823 em igual mês do ano passado, mas melhor que a eliminação de 81.774 postos em janeiro de 2015. O dado do mês passado é o pior para meses de fevereiro desde 1999, quando foram fechados 78 mil postos. O saldo negativo ficou dentro do intervalo de estimativas coletadas pelo AE Projeções, que iam de fechamento de 23.500 vagas a abertura de 118.500 postos de emprego, e abaixo da mediana, positiva em 30.000.

Pouco antes do anúncio dos dados, o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, havia dito que o resultado do Caged de fevereiro seria bom. De acordo com ele, os números "estancam aquela tendência de extinção de cargos". O ministro disse que o resultado não seria pior do que o do mês de janeiro, quando cerca de 80 mil vagas foram fechadas no País.

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