Apesar da queda do dólar, as taxas de juros futuras terminaram perto dos ajustes nesta terça-feira, 24, reduzindo as perdas à tarde, em meio à decepção dos investidores com a falta de sinalização do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, no Senado, sobre o futuro do programa de swaps e sobre um possível fim do aperto monetário, diante dos dados da atividade fracos divulgados recentemente.
O dólar abriu a sessão em queda, reagindo à manutenção do grau de investimento do Brasil, anunciada ontem pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. No entanto, a moeda passou a oscilar, à medida que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, dava início a sua audiência no Senado. Os sinais mistos do dólar ante outras divisas internacionais, após indicadores econômicos dos EUA desencadearem leituras divergentes, também contribuíram para a volatilidade da moeda norte-americana no Brasil.
As declarações do presidente do BC alimentaram as dúvidas sobre a continuidade do programa de leilões de swaps cambiais, a partir de abril, uma vez que provocaram interpretações variadas dos participantes do mercado. Parte deles avaliou que, ao reforçar a importância dos leilões, Tombini indicou que a instituição poderá continuar a realizá-los, enquanto alguns agentes afirmaram o contrário, dizendo que Tombini não deu sinal nenhum sobre como ficará o programa mais para frente.
Apesar de o dólar ter se firmado no negativo durante a tarde, as taxas de juros futuras, que até então seguiam de perto o movimento da moeda, se descolaram um pouco e acabaram fechando perto da estabilidade, na sua maioria. Segundo profissionais do mercado, o movimento refletiu a decepção dos agentes com a fala de Tombini, uma vez que havia expectativas no mercado de que ele pudesse fornecer alguma indicação sobre um fim do aperto monetário, depois que dados mostraram enfraquecimento da atividade recentemente.
O presidente do BC reforçou apenas o compromisso do governo com as medidas de ajuste, afirmando que "caso haja desvio, o ministro da Fazenda vai procurar ajustes para cumprir a meta fiscal". Tombini afirmou também que é preciso mostrar austeridade neste momento de ajuste e que passos dados pelo governo para cumprir suas metas já começam a dar resultados. "Não estamos enxugando gelo, já tem algum resultado para mostrar", ressaltou.
Os dados da arrecadação de fevereiro, divulgados pela Receita Federal nesta tarde, foram apenas monitorados, sem provocar reação na curva a termo. Segundo o órgão, a arrecadação de tributos e contribuições federais somou R$ 89,982 bilhões no mês passado, uma alta real de 0,49% em relação ao mesmo período de 2014.
No fim do pregão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em junho de 2015 (8.600 contratos) apontava 12,850%, na mínima, ante 12,845% no ajuste de ontem. O DI para vencimento em julho deste ano registrava 13,060%, com 63.165 contratos, de 13,069% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2016 (180.850 contratos) tinha taxa de 13,56%, ante 13,60% no ajuste da véspera. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (355.180 contratos) indicava 13,44%, de 13,45%. O DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 12,97%, ante 12,99% ontem.
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