A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou o rating de crédito corporativo em escala global e nacional da Sete Brasil Participações para SD (Selective Default), em consequência da declaração de calote e subsequente não pagamento do empréstimo bilateral de US$ 250 milhões com o Standard Chartered Bank. O rating de crédito corporativo em escala global estava em B- e em escala nacional em brB.
O rating dos R$ 1,85 bilhão em debêntures emitidas pela companhia foi também rebaixado para brCCC, de brB. A nota das debêntures permanece em observação, com implicações negativas, diz a S&P. Segundo a agência, existe risco de renegociação e aceleração de tal dívida, o qual independe do fato de o principal e o pagamento de juro dessas debêntures estarem previstos somente para 2018.
O Standard Chartered Bank pediu as garantias do empréstimo ao Fundo de Garantia de Construção Naval (FGCN) assim como de outros colaterais de liquidez, os quais devem proporcionar a recuperação de uma porção elevada do que emprestou à Sete Brasil, diz o relatório da S&P. De acordo com a agência, o vencimento desse empréstimo ponte é em 17 de abril, mas o Standard Chartered Bank exerceu seu direito de executar as garantias, conforme o previsto nas várias renovações da linha que foram feitas.
A Sete Brasil vinha rolando seus empréstimos ponte com um grupo de bancos, para ganhar tempo até conseguir fechar um financiamento de longo prazo. No entanto, as negociações do longo prazo foram prejudicadas pela citação da empresa nas investigações de corrupção na Petrobras.
A S&P observa que a colocação do rating das debêntures em observação com implicações negativas reflete os elevados riscos de renegociação e a aceleração das dívidas no curto prazo. "Embora acreditemos que os demais credores ainda tenham incentivos para continuar a refinaciar seus empréstimos até que haja um pacote de longo prazo, também consideramos que os riscos de renegociação e de aceleração sejam muitos maiores, já que a companhia enfrenta desafios para obter tal empréstimo longo", diz a S&P.
A agência nota que o interesse de refinanciamento decorre do fato de que os outros credores são, na maioria, acionistas da Sete e se beneficiam das garantias do FCGN, mas não de garantias colateralizadas.
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