Cinéfilos de São José criam opções de espaço para os filmes alternativos

Integrantes do cinclube Paratodos durante celebração pelo 4º aniversário do grupo

Arquivo/ Cineclube Paratodos

Apesar de contar com salas de cinemas que oferecem conforto e boa tecnologia de som e imagem, cinéfilos de São José dos Campos sofrem quando o assunto é a variedade de programação.

Voltadas ao grande público, as redes fixadas na cidade dão prioridade às produções de maior apelo popular, deixando os fãs de filmes alternativos sem opção de salas.

Enquanto ainda não contam com opções nos cinemas comerciais, cabe aos próprios moradores se reunirem para oferecer alternativas. É o caso do cineclube Paratodos, que toda quarta-feira reúne cerca de 20 pessoas para assistir filmes que não figuram no circuito comercial.

Os encontros acontecem na Casa Plural, espaço cultural situado na avenida Tenente Névio Baracho, no centro da cidade. De acordo com o engenheiro Ricardo Andrade, um dos curadores do cineclube, o objetivo é de reunir amigos não só para assistir filmes, mas também para promover uma discussão sobre as obras.

“Acima de tudo é uma reunião de amigos. Como a cidade não oferece muitas opções de filmes de arte, juntamos quem gosta de cinema alternativo para assistir filmes, conhecer o trabalho de novos diretores e bater um papo a respeito das obras”, afirma.

Criado há cinco anos, o cineclube teve início no sebo e espaço cultural Literacia, onde ficou por mais de quatro anos. Ricardo defende o cineclube como um espaço que oferece mais do que apenas assistir bons filmes.

“Mesmo nas cidades como São Paulo, que contam com várias salas dedicadas ao cinema alternativo, os cineclubes ainda são importantes. Afinal, são ambientes onde as pessoas podem além de assistir, aprender mais sobre a história do cinema, escolas e diferentes diretores”, conta.

Se o cineclube é uma opção tanto para assistir os filmes clássicos quanto para se interar sobre o trabalho de novos cineastas, a programação do Sesc São José dos Campos se destaca por trazer obras do circuito de festivais.

Todos os meses o auditório do Sesc conta traz uma programação com curtas, documentários e longas que dificilmente vão estar nas salas de cinema da cidade. Este mês por exemplo, o espaço exibe filmes como o brasileiro Hoje eu Quero Voltar Sozinho, o franco-húngaro Apenas o Vento, e o vencedor do Oscar 2014 de melhor roteiro original, Ela.

Além disso, o auditório do Sesc continua a exibir um especial do diretor de animação Hayao Miyazaki. Para o produtor e cinéfilo Marcos Takeuti, de São José dos Campos, o espaço conta com um público fiel.

“Seja o filme que for, sempre tem gente vindo assistir. Isso mostra que a cidade tem sim uma demanda por essas opções menos comerciais”, comenta.

Open air
Outra opção para os espectadores de filmes de arte em São José dos Campos são os open airs promovidos em espaços públicos da cidade. A projeção acontece ao ar livre e reúne cerca de 30 pessoas.

Nos eventos, o objetivo é promover um clima informal, no qual os participantes podem inclusive fazer um piquenique na grama. Um momento de descontração, que acontece em torno de consagradas películas da história do cinema.