A cidade é banhada pelas águas do Caribe
Divulgação/ Creative Commons/ Fala Turista
Ainda faltava no horizonte a transparência de doer os olhos, mas foi só botar os pés dentro do navio para o clima de Caribe encher o ar pela via do refrão chiclete que, daquele domingo até a sexta-feira seguinte, seria a trilha sonora da viagem. "Voy a reír, voy a bailar, vivir mi vida, lá lá lá lá..."
Viver minha vida a bordo de uma embarcação pelas águas quentes do Caribe Sul durante uma semana era o que me esperava. Ótima pedida para esta época do ano.
Passado o feriado de Páscoa, as ilhas que povoam aquele mar de sonhos azuis mergulham numa letargia de baixa estação embalada em preços bem mais convidativos, que só vão voltar a inflacionar pela época do Natal. Até junho, o clima é seco. E a temporada de furacões começa em agosto, mas nela nem há motivo para pensar por estas bandas. Não passa furacão pelo Caribe Sul.
Cruzeiro tem a óbvia vantagem de levar a vários destinos numa só viagem; e a também óbvia desvantagem de deixar sempre uma angústia de quem passou, mas não viu tudo. Esta segunda questão é um ponto a favor do roteiro no Monarch, navio da empresa Pullmantur que está em rota circular na região desde maio de 2013 e no qual me hospedei.
É permitido começar e terminar a viagem em qualquer um dos cinco portos envolvidos no circuito. Em outras palavras, gastar alguns dias antes, outros depois para desbravar melhor aquela ilha ou cidade de interesse específico.
Meu ponto de partida foi a linda Cartagena de Índias, na Colômbia, o que explica a ausência inicial do mar azul-claro. As águas que banham sua porção urbana não são mesmo as mais límpidas. Não se pode ter tudo.
Mas se Cartagena não entrega o éden litorâneo logo ali na porta do seu quarto, e será preciso pegar barco para chegar ao mar caribenho como se deve, a cidade reconhecida como uma das mais bonitas entre as coloniais das Américas faz por merecer uns três dias de atenção. O centro histórico, arrematado por uma muralha de 11 quilômetros de comprimento, é celeiro de museus, igrejas, monumentos, bares, hotéis, cultura e comida da melhor qualidade, com charme a se derramar pelas ruas de pedra e paralelepípedo, entre vielas e pracinhas.
E não que seja determinante para a decisão de onde começar o cruzeiro, mas o porto de Cartagena tem a sua graça. Espera-se pela hora do embarque em um jardim com jeito de bosque, onde o desfile de pavões acaba por funcionar como entretenimento extra para crianças.
Sem visto
Em comum com Cartagena, os demais destinos do Monarch têm a vantagem de não exigirem visto de brasileiros, porque passam longe dos Estados Unidos e de Porto Rico.
Se decidir embarcar em Colón, no Panamá, há voos diretos via Copa desde São Paulo e outras seis capitais brasileiras. As cobiçadas Aruba e Curaçau, cenários de praias espetaculares, puro Caribe na veia, fazem parte da programação. E, no meio do caminho tem ainda uma escala na conturbada Venezuela, onde sobe e desce muito passageiro. Rendeu um passeio desgastante, inconsistente mas, mesmo assim, interessante para ver como vivem suas vidas os habitantes daquele canto da América do Sul. Tudo ao som de Marc Anthony.
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