A região de Downtown, no entorno do shopping Brookfield Place Plaza
Yesenia Papile/Divulgação
Mesmo para estreantes, Nova York desperta uma curiosa sensação de familiaridade misturada com a empolgação da novidade. As avenidas, os arranha-céus, as luzes da Broadway, o Central Park - é só começar a andar pela cidade que se sentir em alguma série, filme, reportagem.
Outono em Nova York (2000) aumentou o charme das folhas amareladas no parque. King Kong (1933) ressaltou a imponência do Empire State Building. A série Seinfeld (1989-1998) eternizou um clássico dinner no Upper West Side. Já as imagens da região de Lower Manhattan que mais recentemente ficaram na memória coletiva - a das Torres Gêmeas do antigo World Trade Center despencando depois de serem atingidas em cheio por aviões, do caos, das pessoas se atirando lá do alto em desespero -, já não fazem justiça a esta que é uma das regiões mais antigas da cidade.
O atentado de 11 de setembro de 2011 completou 15 anos, mas sua lembrança continua forte no imaginário mundial.
O principal símbolo desse renascimento é o One World Trade Center. É impressionante a torre, com 541 metros de altura - ou 1776 pés, numa referência ao ano de independência dos Estados Unidos. Considerada um dos prédios mais seguros do mundo, demorou 7 anos para ficar pronta e custou incríveis US$ 4 bilhões. É um monumento ao poder dos Estados Unidos.
Isso não quer dizer, contudo, que os americanos se esqueceram da história. O arranha-céu fica bem ao lado das impressionantes crateras das Torres Gêmeas, hoje transformadas em monumento à memória das vítimas, e do Museu do 11 de Setembro. Completa a paisagem o Oculus, inaugurado em março. O projeto do arquiteto espanhol Santiago Calatrava - o mesmo que assina o Museu do Amanhã, no Rio - é mais do que uma estação de metrô e um shopping center. Com sua estrutura geométrica branquíssima, lembra uma pomba da paz.
O Battery Park, estrela de filmes do diretor Woody Allen e que ultimamente andava um pouco caído, está em processo de revitalização. Ganhou o carrossel SeaGlass no ano passado. Mais um bom motivo para ir descobrir essa nova Downtown.
Veja os passeios que não se deve perder.
Na mesma localização das antigas Toerres Gêmeas, o One World Trade Center tem observatório no 102º andar
Todd Heisler/NYT
One World Observatory
oneworldobservatory.com; US$ 34
A diversão começa diante do mapa-múndi que registra a origem de todos visitantes que passam pelo local. São quase 3 milhões desde a abertura, em maio de 2015. O elevador não é panorâmico, mas exibe, em 46 segundos, a evolução da paisagem de Nova York desde o século 16. Tudo sob uma trilha sonora que prepara para o clímax: a vista desde o 102º andar. O pôr do sol é um dos horários mais disputados. Há bar e restaurante, pagos à parte, claro. A parte chata é enfrentar uma triagem de aeroporto. O prédio, considerado alvo potencial de terrorismo, tem forte esquema de segurança.
Árvore foi encontrada queimada e sem folhas após queda das Torres Gêmeas. Ela foi tratada em uma fazenda antes de voltar ao World Trade Center
Letícia Sorg/Estadão
Museu e Memorial 11 de Setembro
911memorial.org; US$ 15
A única escada que restou do complexo onde ficavam as Torres Gêmeas, o carro de bombeiros que ajudou no resgate das vítimas, um pedaço do avião que se chocou contra um dos prédios: os objetos estão expostos neste misto de museu e memorial, quase todo construído sob a terra, sem janelas. Há um minuto a minuto do fatídico 11 de setembro de 2011; em fones, é possível escutar diálogos finais de desespero e despedida. Uma sala tem paredes e mais paredes recobertas com fotos das vítimas. Na saída, observe, na praça, a árvore cercada: foi a única sobrevivente dos atentados. É chamada de Survivor Tree.
Oculus
Foram sete anos e US$ 4 bilhões em dinheiro público para construir o polêmico Oculus, estrutura branquíssima em forma de pomba que abriga um shopping de luxo, o Westfield World Trade Center. O projeto inicial do arquiteto Santiago Calatrava era que as asas da pomba se movessem. Atrasos e o alto custo levaram à desistência. Dentro há três andares de lojas, inclusive uma filial do mercado gastronômico Eataly. E também uma estação de metrô, que recebe os trens que vêm de Nova Jersey.
Met Breuer é o novo espaço de arte contemporânea do Metropolitan Museum
Ed Lederman
O NOVO ESPAÇO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO MET
Com a mudança do Whitney Museum, em 2015, para uma nova sede junto do parque suspenso Highline, o prédio que antes abrigava o acervo de arte americana do museu, um projeto do arquiteto húngaro Marcel Breuer, foi integrado ao Museu Metropolitan e virou o The Met Breuer.
The Met Breuer
metmuseum.org/visit/met-breuer; US$ 25
No Upper East Side, o The Met Breuer foi aberto ao público em março. As exposições de arte contemporânea são temporárias; a exposição de mais de 100 imagens da provocativa fotógrafa americana Diane Arbus fica em cartaz até domingo (dia 27). A mostra dos trabalhos do também americano Kerry James Marshall vai até 27 de janeiro. O valor do ingresso, US$ 25, é sugerido, ou seja, o visitante paga quanto achar justo.
CAÇA À PIZZA, AO CHOCOLATE E AO HYPE DO WILLIAMSBURG
Um tour de ônibus em Nova York pode soar como um programa suspeito. Mas acredite, pode ser uma boa ideia para conhecer um pouco da região.
Tour chocólatra
asliceofbrooklyn.com
"Nós não apenas mostramos a você o Brooklyn, nós somos o Brooklyn", diz o slogan da A Slice of Brooklyn, fundada em 2005 com a proposta de mostrar "fatias" (slices) da região mais populosa de Nova York aos turistas. O tour de pizzas (US$ 80), que inclui Grimaldi’s e L&B Spumoni Garden, foi o pioneiro entre as quatro opções – entre elas, um passeio de luzes de Natal.
Embarcamos no recém-lançado tour de chocolates (US$ 50), que dura cerca de 4 horas entre degustação, compras e traslado.
O guia lembra um Buddy Valastro (o Cake Boss), e entretém o grupo contando curiosidades do bairro. São quatro paradas em chocolaterias bem diferentes entre si.
A Jacques Torres é uma loja gourmet com um ótimo chocolate branco com macadâmia. Na Chocolate Room, especializada em sobremesas, provamos bolo de chocolate com um delicioso chocolate quente. A fábrica Li-Lac abriu em 1923 e tem as opções mais tradicionais. E, no galpão da Raaka, provamos chocolate feito a partir de grãos sem torrar, com sabor intenso de cacau – foi inevitável comprar três barras (US$ 7,95 cada). Na volta ao ônibus, o guia distribui bem-vindas garrafinhas d’água.
Feitos à mão
madeinbrooklyntours.com
A Made in Brooklyn Tours aposta no artesanato local como fio condutor dos turistas. Uma opção de passeio, a pé, mostra artesãos de Williamsburg, a área mais valorizada do Brooklyn – uma outra forma de conhecer a terra dos hipsters e do movimento maker.
NADA A DECLARAR? VEJA AS REGRAS
A tentação de encher a mala é grande, mas atenção às regras da alfândega na volta ao Brasil. A isenção no pagamento de imposto vale até a cota de US$ 500 – sobre o excedente é cobrada uma taxa de 50% do valor a mais.
Itens de uso pessoal – vestuário, livros, tudo o que não configure revenda – são isentos. Câmera fotográfica e celular, uma unidade de cada aparelho, para uso pessoal, também. Filmadoras e notebooks são tributados. Para produtos que custaram menos de US$ 10 são permitidas 20 unidades – só 10 delas idênticas. Bebidas alcoólicas, o limite é de 12 litros. Cigarros, 10 maços, com 20 unidades cada.
Bens que não se enquadrarem nessas categorias e não sejam de uso pessoal estão limitados à quantidade máxima de 3 unidades iguais O que exceder, vai ser confiscado pela Receita.
Boleto
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.