Piscina do lodge Colinas Verdes envolta na neblina característica do bosque nuboso
Mônica Nobrega/Estadão Conteúdo
Com o fim de tarde chegou a neblina. Em dez minutos tinha ficado impossível ver qualquer coisa a mais de 5 metros de distância. O típico bosque nebuloso da Costa Rica é uma floresta com muita nebulosidade entre as árvores, por causa da altíssima umidade. Caminhar por aqui é, literalmente, pisar nas nuvens.
Estamos no alto da Cordilheira de Tilarán, na localidade de Zapotal, a 1.500 metros de altitude no município de Miramar. As estradas até aqui são sinuosas - como boa parte das rodovias costa-riquenhas -, com precipícios e mirantes naturais para ver o horizonte e o mar.
O lodge Colinas Verdes abriga os hóspedes em cabanas muito simples, a US$ 60 por noite, para dois, com café. Tem piscina e canopy. A falta de aquecimento nos quartos foi um problema à noite, quando a temperatura desceu abaixo dos 10 graus. Um pijama quentinho é item de primeira necessidade. Também não há sinal de celular e Wi-Fi.
Mas os passeios, de US$ 10 a US$ 20 por pessoa, compensam. Colado à reserva biológica Alberto Manuel Brenes, o lodge abriga ou recebe variadas espécies de pássaros. Com um manual de ornitologia em mãos, o guia aponta pardais e quetzales coloridos enquanto conduz o grupo por uma trilha. Mostra espécies de epífitas, plantas características do bosque nuboso que usam as árvores maiores como apoio. É possível pedalar e cavalgar.
No campo
Foi um dia dedicado ao turismo rural. Começou bem cedo na Finca Betty (506-2639-8604), onde se faz desde a ordenha das vacas até o preparo de queijo, devidamente degustado. Caminha-se entre as criações de galinhas e porcos, os canteiros de ervas comestíveis e ornamentais, as hortênsias, a lagoa de tratamento das águas já usadas para evitar poluição, o biodigestor, sistema que transforma excrementos animais em energia limpa na forma de gás.
Ziguezagueando entre montanhas, durante a tarde vamos a outra vila, Cedral, onde os sitiantes se reuniram para estruturar um tour comunitário com o tema sustentabilidade.
É uma iniciativa ainda bastante rudimentar, mas com bons momentos. Como não há pacotes estruturados, contratar o passeio demanda entrar em contato com a Câmara de Turismo de Montes de Oro (506-8829-0619); que ajuda a arrumar transporte e contatar os produtores rurais para agendamento das visitas.
O casal Ana Íris e Alex Dias tem função de liderança no lugar. Ela mostra o criadouro de morcegos na finca e opera o gostoso restaurante onde são servidos pratos com gallo pinto, carne a escolher entre boi, frango, porco e pescado, banana com queijo e salada, tudo caseiro e, dizem, orgânico. Ele apresenta o projeto de certificação da agricultura orgânica que coordena junto com os governos da província e do país. Visitas e almoço custam de US$ 15 a US$ 20 por pessoa (aadp0860@hotmail.com).
Para o café, vamos à finca El Bueyerito, que processa grãos plantados por 50 sitiantes em terras que ficam acima de 1 mil metros de altitude, condição para que, na Costa Rica, o café seja classificado como gourmet. Na última propriedade visitada no dia, os turistas são convidados a operar o arado manual, enquanto um enorme tacho cozinha caldo de cana para fazer o miel de caña, o melado. Do panelão sai também uma mistura de melado, leite em pó e amendoim. Pode chamar de sobremesa.
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