Apreensão de animais em Taubaté maisApreensão de animais em Taubaté menos Apreensão de animais em Taubaté maisApreensão de animais em Taubaté menos Apreensão de animais em Taubaté maisApreensão de animais em Taubaté menos Apreensão de animais em Taubaté maisApreensão de animais em Taubaté menos Apreensão de animais em Taubaté maisApreensão de animais em Taubaté menos Apreensão de animais em Taubaté maisApreensão de animais em Taubaté menos Apreensão de animais em Taubaté maisApreensão de animais em Taubaté menos Apreensão de animais em Taubaté maisApreensão de animais em Taubaté menos
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- Foto: Bruno Castilho
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Entre janeiro e setembro de 2019, mais de 1.900 animais silvestres mantidos em cativeiro foram apreendidos pela Polícia Ambiental na RMVale (Região do Vale do Paraíba e Litoral Norte). Mais de 84% desses animais são aves, visadas principalmente pelas competições de canto.
A Polícia Ambiental trabalha em cima de denúncias e, nas 34 cidades da região, a maior incidência de casos são de animais em cativeiro e caça ilegal. Outra infração preocupante para o policiamento é a extração ilegal de palmito-juçara, que somou quase 3.000 casos no último ano. Um homem de Tremembé foi preso em flagrante em um rancho improvisado para extração ilegal de palmito e multado em R$ 236 mil após denúncia.
A tenente Francine Vaz, comandante do 1º e 3º pelotões de policiamento ambiental da RMVale conta que as espécies apreendidas com mais frequência são as aves trinca-ferro, bigodinho e coleirinha, devido às competições de canto, com valor agregado por causa dos campeonatos. “[Na apreensão] a gente tem a manutenção de animais em cativeiro, onde a maioria são aves, e de caça, onde a maioria são mamíferos como paca e tatu”. Francine explica ainda que os criadores autorizados recebem visitas da polícia, que checa se o local está de acordo com as normas.
No início de janeiro deste ano, três pessoas foram multadas no total de R$ 38 mil por manter em cativeiro 16 aves silvestres no porta-malas de um carro em Taubaté.
A tenente conta também que as equipes recebem chamados para retirada de ninhos em casas. “As pessoas ligam e falam que tem um ninho na casa, mas nós temos uma legislação específica que protege os filhotes. Não podemos interferir enquanto o animal está sendo criado, somente depois que sai do ninho”, conta Francine.
A Polícia Ambiental também apreende animais silvestres pela Entrega Voluntária, quando pessoas que têm um animal em casa sem autorização, entrega o animal no quartel para que seja cuidado e reinserido na natureza, evitando multas e até a prisão.
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Depois de apreendido, se o animal estiver saudável, vai para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) em Lorena, e caso esteja machucado ou precise de reabilitação, é encaminhado ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) na Univap (Universidade do Vale do Paraíba), em São José dos Campos. No Cetas, o animal recebe cuidados e pode voltar à natureza, ou ser encaminhado para empreendimentos de fauna devidamente autorizados pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
“Se for verificado pelos policiais que o animal tem condições de ser solto imediatamente, os biólogos informam onde é o habitat natural e ele é solto, ou então ficam em quarentena na Univap e volta depois de readaptado”, explica a tenente.
O Cras, que hoje abriga cerca de 650 animais, é dividido em quarentena, manutenção e serpentário, e cuida do animal até o momento da tão sonhada volta para casa, nos melhores casos. A professora e bióloga Karla Lopes destaca que os animais recebidos pela instituição são documentados, recebem os primeiros tratamentos clínicos, são atendidos pelos veterinários, examinados e medicados conforme a necessidade, recebem dieta balanceada e têm acompanhamento do estado de saúde.
“Depois que têm alta, eles integram o setor de manutenção, onde inicia o processo de reabilitação. Mais tarde são avaliados em saúde e aptidão, quando são feitos novos exames e é realizado o contato com as áreas de soltura e monitoramento de onde fica a espécie, para reinserção na natureza”, explica a bióloga.
O cuidado com os animais varia bastante, dependendo da espécie, idade e resultado da avaliação clínica. “Animal que tem uma fratura exposta tem cuidados diferenciados prescrevidos pelas veterinárias. Nem sempre o animal tem condições de participar de um processo de reabilitação. Eles ficam no Cras, recebem os cuidados, mas ficam com a gente o resto da vida”, afirma Karla.
Mas e quando bate a vontade de ter um animal diferente e exótico em casa? A veterinária Beatriz Garcia explica que são diversos os animais que pode-se ter em casa, como serpentes, porquinhos-da-Índia, aves em geral, mas reforça a necessidade da autorização do Ibama e afirma que é importante conhecer as condições de higiene do local e pessoas que já compraram desses criadores.
“Todos os animais silvestres têm que ter nota fiscal. Os pássaros devem ser anilhados e algumas espécies até microchipadas, e eles devem ser de origem legal. Não é possível pegar um animal na rua e legalizar, pois ele pode ser uma vítima de tráfico”, afirma a veterinária.
Na última semana, um homem foi multado em mais de R$ 22 mil por tráfico ilegal de animais e vai responder em liberdade em Potim. Com ele foram encontradas sete serpentes, uma tartaruga tigre-d’água, um lagarto teiú, uma iguana, quatro aves e um gambá.
Maria José, 55, tem o papagaio Lourival há três anos, desde os 45 dias de vida dele. Ela conta que já teve um animal não autorizado e resolveu entregá-lo para a Polícia Ambiental. “O amor é grande demais! Ele se adaptou bem porque está comigo desde bebê. Quando vejo ele triste, levo no veterinário, coloco madeira pra ele bicar, dou vitamina quando troca de pena, a cada 4 meses, frutas, e deixo ele solto pela casa. Ele só vai para a gaiola para dormir”.
Antes de escolher ter um animal silvestre, a veterinária alerta que deve-se conhecer a biologia da espécie, qual o ambiente em que ela vive, se é um animal sociável, qual a alimentação dela na natureza e se gasta muita energia. “Tem aves que voam centenas de quilômetros por dia. Se a gente coloca uma ave dessa na gaiola e quer alimentar com a mesma alimentação da natureza, com certeza elas vão apresentar sobrepeso”.
No processo de compra do animal, o interessado deve levar em questão os custos e o porte do bicho, tendo a consciência de que deve mantê-lo por longos anos, o que exige condições psicológicas e físicas para lidar com esse ‘pet não convencional’, a fim de evitar o abandono e os maus tratos.
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