Com mais uma atuação decisiva do atacante Miguel Borja, carrasco do São Paulo nas semifinais, o Atlético Nacional coroou sua bela campanha na Copa Libertadores com o título, na noite desta quarta-feira, em Medellín. Num lotado estádio Atanasio Girardot colorido de verde e branco, o time colombiano venceu o Independiente Del Valle por 1 a 0 e sacramentou a conquista.
Na ida, no Equador, os dois times haviam empatado por 1 a 1. Foi o segundo título do Atlético na competição. O primeiro foi obtido em 1989, em período polêmico da história do clube, quando o famoso traficante Pablo Escobar era o "patrono" do time. O Atlético foi ainda finalista em 1995 - foi vice-campeão ao ser batido pelo Grêmio na decisão.
Desta vez, o Atlético buscou o título com uma campanha espetacular na história da Libertadores. Na verdade, o time colombiano se tornou o dono da melhor campanha desde que a competição adotou seu atual formato, em 1989. São dez vitórias, três empates e apenas uma derrota.
Assim, atinge aproveitamento de quase 79%, somando 33 de 42 pontos possíveis. Supera, desta forma, o Boca Juniors, que acumulou 32 pontos na edição de 2003 ao ser campeão sobre o Santos, naquela final.
Com o título, o Atlético se classificou para o Mundial de Clubes da Fifa, no final do ano, no Japão. O time colombiano já tem a companhia do Real Madrid, da Espanha (campeão da Liga dos Campeões da Europa), do Auckland City, da Nova Zelândia (Oceania), e do América, do México (Concacaf). Faltam ainda os campeões da Liga dos Campeões da Ásia, da Liga dos Campeões da África e o campeão japonês (país-sede).
O JOGO - Como era de se esperar, o Atlético Nacional não deu sossego ao Independiente Del Valle assim que soou o primeiro apito da partida. Embalado pela bela festa da torcida, com fogos de artifício e um mosaico gigante na arquibancada, o time da casa foi para cima e, aos 3 minutos, já tinha duas boas chances no ataque.
A pressão deu certo e, aos 8 minutos, a equipe colombiana já liderava o placar. O gol surgiu em cobrança de falta despretensiosa de Macnelly Torres. Ele acertou a trave e, Borja, sem marcação dentro da área, aproveitou o rebote.
Era tudo o que o Atlético queria para assumir de vez o controle da partida. Após dar o combustível necessário para a festa da torcida, o time colombiano dominou o meio-campo e praticamente não deu espaço para investidas ofensivas do Independiente. A maior esperança da equipe equatoriana era José Angulo, isolado no ataque. Em noite pouco inspirada, ele pouco ameaçou a defesa anfitriã.
Do outro lado, porém, o Atlético dava mostras de força no ataque. Impondo forte pressão, criou três boas chances de gol entre os 29 e os 33 minutos. Na melhor delas, Borja disparou pela esquerda, mas adiantou demais a bola e desperdiçou oportunidade preciosa, cara a cara com o goleiro Azcona.
O Independiente só conseguiu aparecer no ataque com algum perigo na sequência, aos 35. Foi quando Sornoza acertou belo passe para Angulo bater de primeira, da esquerda. Ele encheu o pé e mandou com perigo, dando susto na defesa e na torcida colombianas.
Depois de ser anulado no começo da partida, o Independiente passou a equilibrar o duelo nos minutos finais do primeiro tempo. Logo no minuto inicial da segunda etapa, o time equatoriano teve sua grande chance. Uchuari, que acabara de entrar, acertou chapéu sobre Bocanegra e, quando ajeitava para a finalização, foi para o chão dentro da área após dividida com Henríquez. Os equatorianos pediram pênalti, mas o árbitro mandou seguir.
O crescimento do Independiente foi logo abafado pelo ímpeto ofensivo do Atlético. Aos 7, Marlos Moreno recebeu livre na área e, apesar de estar em boas condições para finalizar, deu passe para Berrío, que bateu fraco e para fora.
Voltando a envolver o time visitante, o Atlético chegava ao ataque com facilidade. Aos 26, Marlos Moreno desperdiçou boa chance, de cabeça, mandando rente à trave. Quando acertava a pontaria, o time da casa parava no goleiro Azcona. Aos 30, Borja acertou forte chute e parou em boa defesa do goleiro equatoriano.
A confiança na vitória era tanta que o técnico Reinaldo Rueda arriscou ao tirar de campo Borja, o melhor jogador do time, aos 35 minutos, apostando em um triunfo em tempo normal - o Independiente só precisava de um gol para levar o confronto para a prorrogação.
Mas as chances de empate pareciam cada vez mais remotas, uma vez que o Atlético não saía do ataque e o Independiente não conseguia passar do meio-campo. Era só questão de tempo para o árbitro apitar pela última vez e permitir a festa verde e branca nas arquibancadas do Atanasio Girardot.
FICHA TÉCNICA:
ATLÉTICO NACIONAL 1 x 0 INDEPENDIENTE DEL VALLE
ATLÉTICO NACIONAL - Armani; Bocanegra, Davinson Sánchez, Alexis Henríquez, Farid Díaz; Mejía, Alejandro Guerra (Diego Arias), Macnelly Torres; Berrío, Marlos Moreno (Ibargüen) e Miguel Borja (Rescaldani). Técnico: Reinaldo Rueda.
INDEPENDIENTE DEL VALLE - Azcona; Christian Núñez, Arturo Mina, Luis Caicedo, Tellechea (Miller Castillo); Rizotto, Orejuela, Julio Angulo, Sornoza (Uchuari), Bryan Cabezas; José Angulo (Jonathan González). Técnico: Pablo Repetto.
GOL - Borja, aos 8 minutos do primeiro tempo.
CARTÕES AMARELOS - Rizotto, Guerra, Sornoza, Borja.
ÁRBITRO - Néstor Pitana (Argentina).
RENDA E PÚBLICO - Não disponíveis.
LOCAL - Estádio Atanasio Girardot, em Medellín (Colômbia).
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