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Jogadores do Botafogo protestam contra os atrasos salariais, mas descartam W.O.

Os jogadores Carli, João Paulo e Gabriel expressaram o descontentamento com os constantes atrasos no pagamento dos funcionários do Botafogo, nesta quinta-feira, e fizeram uma cobrança pública à diretoria fora da sala de imprensa do estádio Engenhão, no Rio de Janeiro.

"Boa tarde. Nós, jogadores, estamos aqui para representar o grupo e comunicar a vocês (imprensa) nossa insatisfação pelo difícil momento que estamos atravessando por questões de salários. Nós, jogadores, e os funcionários. Queremos ser bem simples e bem claros. É um assunto muito delicado, mas que todos fiquem sabendo desse momento difícil que estamos atravessando junto aos funcionários", disse o zagueiro argentino Carli, antes de abrir para perguntas.

"Queria também agradecer o apoio dos torcedores, que publicamente estão ajudando com doação de cestas básicas. Nós, jogadores, também estamos nesse mesmo movimento, porque o Botafogo hoje precisa de todo mundo. Em nome do grupo, quero agradecer por isso", afirmou o defensor.

Ao contrário do protesto de julho, quando os jogadores ficaram sem dar entrevistas, desta vez a intenção é não divulgar os patrocinadores, por isso os jogadores não utilizavam os uniformes com os parceiros do clube.

"O problema é a falta de perspectivas e também por ser uma coisa muito generalizada. Há também a situação dos funcionários. Somos seres humanos, não somos máquinas. Nós, representando o grupo, falamos que isso tem que acabar. Não pode acontecer mais", completou Carli.

O meio-campista João Paulo garantiu que a crise financeira não vai afetar o desempenho dos jogadores em campo. "Acima de tudo está o clube, a instituição. A gente vai continuar defendendo como sempre fez, com todas as nossas forças, independentemente da situação e dificuldades. Fica essa nossa cobrança para que não continue sendo normal no Brasil essa situação de atrasos."

João Paulo descartou a possibilidade de os jogadores do Botafogo repetirem a atitude dos atletas do Figueirense, que em protesto por atrasos não entraram em campo contra o Cuiabá, pela Série B. "Nós estaremos concentrados exclusivamente dentro de campo, nas nossas funções, no treinamento e no dia do jogo. De maneira nenhuma, a gente vai atrapalhar o futebol. Então estaremos 100% voltados às nossas atividades no campo."

O comunicado foi feito em um local próximo à sala do gerente de futebol, Anderson Barros, que surgiu acompanhado de Luís Fernando Santos, vice-presidente executivo do Botafogo. O dirigente disse compreender o movimento dos atletas nesta "situação insustentável" e que espera uma atitude da direção.

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