Muito antes de ser campeão da Copa Sul-Americana, como foi no ano passado, e de viver a expectativa de estar na final da Copa do Brasil deste ano, o Athletico-PR colocou no papel uma série de metas. Um rascunho traçado em 1995 tinha objetivos como colocar as contas em dia, ter um estádio mais moderno e se tornar protagonista no cenário nacional. Como tudo isso foi cumprido, a diretoria agora já tem sonhos mais altos, entre eles conquistar o Mundial até 2024, ano do centenário do clube.
O projeto pode parecer ousado, mas combina com as aspirações do clube. O Athletico-PR não é de sonhar pequeno. A virada responsável por fazer o time viver um momento tão positivo começou depois de uma das maiores derrotas da história. Em abril de 1995, o time havia sido goleado por 5 a 1 pelo Coritiba, no Campeonato Paranaense. Dias depois, dirigentes do clube se reuniram para discutir uma reformulação completa.
Quem liderou essa empreitada foi Mario Celso Petraglia, dirigente histórico do clube desde aquela época até os dias atuais. Veio dele a articulação para em 1995 se tornar presidente e apresentar um plano de metas. Propostas como contas em dia, categorias de base organizadas, estádio moderno e gestão profissional já estavam em pauta e foram cumpridas à risca desde então.
"Nós queremos é continuar crescendo, cada vez mais forte, e chegarmos naquilo que nós almejamos. Que foi uma promessa nossa, e tenho certeza que vamos cumprir, que em 10 anos, até o nosso centenário (2024), nós botaremos a nossa estrela no peito de campeão do mundo. Podem me cobrar", discursou Petraglia em 2015. Atualmente ele é o presidente do Conselho Deliberativo do Athletico-PR.
Petraglia assumiu a presidência do clube em 1995, ano do primeiro título nacional da equipe, o Campeonato Brasileiro da Série B. O Athletico-PR ainda queria mais. Nas temporadas seguintes, o clube articulou dois importantes projetos para o futuro. O primeiro foi a construção do moderno CT do Caju, complexo esportivo usado pela Espanha na Copa do Mundo de 2014. O segundo passo foi reformar o antigo estádio Joaquim Américo e transformá-lo na primeira arena do Brasil.
Inaugurada em 1999, a Arena da Baixada se mostrou fundamental para a evolução do clube. O estádio foi grande aliado na campanha do título brasileiro de 2001, uma maiores conquistas atleticanas, assim como se mostrou um peso decisivo tanto para outras grandes campanhas. A equipe rubro-negra ainda seria vice-campeã do Brasileirão de 2004 e da Copa Libertadores de 2005.
A equipe fez boas campanhas nos anos seguintes, enquanto se organizava nos bastidores para buscar outras evoluções. O estádio passou por uma nova reforma para poder receber a Copa do Mundo de 2014 e o departamento de futebol também se reestruturou. O Athletico-PR investiu na criação de um departamento de estatísticas, apostou em técnicos estrangeiros e resolveu poupar o time principal da disputa do Estadual. Quem entra em campo é a equipe sub-23.
O clube encarou nos anos anteriores aventuras como brigar por direitos de televisão e transmitir jogos pela internet, além de construir um teto retrátil e colocar grama sintética no estádio. Houve também o projeto de cadastro biométrico de torcedores. O time cresceu no cenário nacional e internacional e se acostumou com decisões, como a que terá nas próximas semanas, pela Copa do Brasil contra o Internacional. Se o plano de 1995 se tornou realidade, agora o clube já pode ter metas bem mais altas.
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