Prodígio do vôlei sebastianense conquista chance de defender clube do ABC Paulista

Sebastianense é referência técnica e
tática e especialista em passe e ataque

Arnaldo Klajn/PMSS

Uma bola e um coração na palma da mão, 1,84 m de altura, 14 anos e um sonho: transformar-se em um jogador profissional de vôlei de renome, e, por que não, se candidatar a uma das vagas na Seleção Masculina da modalidade. Matheus Procópio de Moura, de São Sebastião, vive um período de transição, não só em relação à fase da vida, mas da atmosfera dos devaneios de menino para a de um jovem com um futuro promissor no esporte.

Revelado nas categorias de base das escolinhas esportivas da Prefeitura de São Sebastião, Matheus recebeu um convite da técnica Marta Franceschelli para integrar a equipe profissional de vôlei masculino da cidade de São Caetano, no ABC Paulista, para onde deve se mudar a partir do ano que vem.

A performance em fundamentos como passe e ataque, que ele mesmo cita como pontos fortes começou a se desenhar por volta dos cinco anos de idade, quando começou a ser presença frequente nas escolinhas da modalidade no bairro da Enseada, na Costa Norte de São Sebastião, com o professor Fernando Carvalho, o primeiro técnico de Matheus.

“Ele começou a vir nos treinos acompanhando o irmão mais velho (Henrique) e aos 10 anos já participava de competições”, se recorda Carvalho. “Aos 12, ele foi considerado o jogador destaque da Liga Vale Paraibana de vôlei na época”, completa. Milson da Silva Júnior, também treinador de Matheus também cita outros feitos do jovem. “Ele participa de campeonatos nas categorias Mirim e Infantil, sendo capitão nesta última – não é pouca coisa”.

Ambos os técnicos festejam o convite que o jovem recebeu para jogar no São Caetano. “É uma equipe muito tradicional e uma das mais fortes do Campeonato Paulista, além de fornecer jogadores para as categorias de base da Seleção Brasileira – ele fez uma excelente escolha, já que também recebeu convites de outras cidades para jogar, como São José dos Campos”, diz Carvalho.

“Não é o quesito altura que o diferencia, mesmo porque, no vôlei moderno, é considerado baixo; mas a técnica e a tática de jogo que ele tem são fantásticas, o tornam único e com um potencial muito grande para se profissionalizar”.

O irmão mais velho, Henrique Procópio conta como surgiu o convite para Matheus integrar o time do Grande ABC. “O time de São Caetano do Sul veio jogar contra o time daqui; o desempenho dele foi tão bom neste jogo que chamou a atenção da técnica Marta Franceschelli, que sequer havia estado presente – ela soube do Matheus pelos seus jogadores.

Foi então que ela entrou em contato com a nossa família, até para que houvesse oficialmente a apresentação dos dois. Quando a Marta viu o Matheus jogando, ficou ainda mais impressionada com a habilidade dele”, relata.

A presença da família na trajetória do jovem jogador, aliás, sempre chamou a atenção dos técnicos. “Eles sempre foram muito presentes na rotina do Matheus; sempre foram de estimulá-lo, de comparecer aos jogos e isso faz toda a diferença”, revela Milson Jr.
Caçula, os pais ficaram um pouco apreensivos no começo, revela Henrique.

“A partir de janeiro, ele vai precisar morar em São Caetano, em um alojamento do clube; no início, ficamos um pouco acuados, afinal ele é o caçula, tem apenas 14 anos e vai morar numa cidade grande que não é aqui do lado. Mas sempre o apoiamos naquilo que ele deseja”, completa Henrique Procópio. “Na verdade, a minha mãe (Angélica) é que fica mais preocupada”, entregou Matheus.

Atualmente, ele se reveza entre treinos nas quadras sebastianenses e em jogos pelo time adulto do São Caetano. “Nesta sexta eu vou estar em São Caetano para um jogo contra o Sesi/ Santo André, e, no domingo, estarei em São José dos Campos”, diz.

Apesar da novidade, a chance de realizar o sonho de se tornar atleta profissional motiva Matheus, que não vai abrir mão dos estudos – ele conclui em 2014 o nono ano e deve cursar o Ensino Médio no ano que vem já na nova cidade. O jogador preferido do jovem é Murilo Endres, ponta da seleção brasileira – curiosamente, o gaúcho de Passo Fundo entrou para a Seleção Brasileira de Vôlei depois do irmão, o meio-de-rede Gustavo Endres.

Entre os principais feitos de Murilo que inspiram o jovem sebastianense estão o eneacampeonato da Liga Mundial de Vôlei, em 2010, sendo o principal jogador do torneio; e em 2012, fez parte do elenco comandado pelo técnico Bernardinho que trouxe a prata dos Jogos Olímpicos de Londres.