“A crise da educação no Brasil não é crise; é projeto” Darcy Ribeiro
Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Península, a maioria dos professores se sentem cansados, sobrecarregados, ansiosos e estressados. Porém, a maioria desses sentimentos foram subnotificados por grande parte da mídia, fator que contribuiu para que se sentissem ainda mais isolados e solitários durante a pandemia.
É fato que, a partir da inicial transformação do país, a desigualdade já antes presente na vida dos mais pobres e vulneráveis, rasgou os limites do possível e se fixou em valores essenciais para a vida, como na saúde, por exemplo. Sendo assim, a vida se tornou mais complicada à medida que pessoas passaram a receber tratamentos ainda mais desiguais, fator que não apenas engloba a educação, bem como é responsável por corroer a esperança de toda uma pátria.
Nesse sentido, a pandemia de coronavírus incitou em grande parte das pessoas um sentimento que soava como a tristeza e a solidão, porém, agora é possível constatar que os estragos causados são infinitamente maiores, tendo em vista que a educação, o vultoso pilar de qualquer sociedade digna de respeito, foi um dos setores mais afetados.
Apesar disso, os professores não receberam longas colunas em jornais de destaque, tampouco aplausos e reconhecimento como os profissionais da saúde que atuam na linha de frente, mas são uma retaguarda vital para um futuro próspero. Logo, esse artigo busca formar uma ponte entre quem deseja se conectar com a realidade e os mais de 2 milhões de professores brasileiros.
A rapidez com que os professores foram expostos ao ensino remoto revelou uma série de desafios ao país, incluindo a escassez de conectividade em regiões periféricas e pobres, o que agravou ainda mais o quadro de desigualdade vivenciado entre alunos de escolas particulares e públicas. Além disso, levando em conta o extenso período de pandemia, afinal são quase dois anos, é possível considerar os impactos negativos por um longo tempo, influenciando inclusive na relação professor-aluno e aluno-aluno.
Ainda segundo o Instituto Península, entre os maiores desafios encontrados pelos professores estão a falta de infraestrutura e conectividade, dificuldade para manter o engajamento, e o distanciamento e perda de vínculo com os alunos, desafios que por analogia foram mais atuantes na vida dos docentes do ensino público brasileiro. Profissionais esses, que segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), recebem o pior salário para um professor no mundo.
Por outro lado, fatores positivos podem ser enxergados em meio a crise, e um deles, segundo a professora Vera Polese, que leciona história para o Ensino Médio no Colégio Embraer Juarez Wanderley em São José dos Campos é “Um melhor e mais contínuo planejamento desenvolvido por todos, que tem como objetivo final melhorar a vivência, além da afinidade adquirida com o meio digital, uma vez que os professores precisaram aprender a utilizar ferramentas que auxiliam na melhor qualidade de ensino”.
Dar suporte psicológico para professores e alunos se tornou essencial durante o período de afastamento das escolas, porém não parece ser essa a prioridade do Estado, tendo em vista que políticas públicas efetivas não foram tomadas. Portanto, considerando a gritante omissão por parte do Ministério da Educação, que deveria cuidar e zelar pelo bem estar de todos, mas que em detrimento disso optou por se calar e mais uma vez ser negligente. Esse artigo busca também questionar e causar reflexões acerca do futuro da educação no Brasil, considerando que no contexto pandêmico vivenciamos intoleráveis retrocessos.
Contudo, instituições inerentes ao poder público assumiram gradativamente a responsabilidade pelo cuidado e apoio aos docentes, tornando o trabalho do professor mais digno e saudável. Entre os projetos de destaque, encontra-se o Apoio Emocional, criado pela Fundação SM e Quero na Escola. O projeto tem como objetivo conectar professores e psicólogos em um ambiente online, a fim de valorizar a importância da saúde emocional de todos.
Com supervisão de Yeda Vasconcelos, jornalista do Meon Jovem.
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