Por Lucas Otacílio de Almeida Em Alunos Atualizada em 05 MAI 2021 - 12H05

Éter

Poema

Éter

I – O jovem

No plano etéreo se vê

Um jovem perdido que

Navega na imensidão

Do reino celestial,

Em busca de redenção,

Do conhecimento astral.

O jovem rema a canoa

Que tem um chacal na proa

Que procura achar o norte,

Não tem um anfitrião,

Parece que está sem sorte,

Remou até doer sua mão.

II – O velho

De cansaço ele deitou,

Maré cósmica o levou

Até um velho que é alado.

O jovem faz a pergunta:

– Como que sei ao certo o lado?

E o velho às asas se junta.

O idoso não disse nada,

Viu a abóboda estrelada

E te falou sem falar:

– Não há norte ou sul, nem leste,

Não há direções no mar,

Nem cima ou baixo celeste.

Logo o jovem agradece

O velho que ele conhece.

Embarcou na sua canoa

E suas mãos estão curadas,

Ele apoia os pés na proa,

Corta as cordas amarradas

Ele deixa novamente

O mar levar loucamente.

Éter está acima e abaixo

Esse mar não literal,

Nem o aceso fogo baixo.

Tudo espaço sideral

III – Vênus

O jovem avista um brilho

Belo e também andarilho.

Seu nome é Vênus, o belo

Planeta que luz reflete

Linda cor de caramelo

Com as estrelas compete.

– Ó bonita estrela D'alva

Do escuro meus olhos salva

Como brilhas desse jeito?-

Diz o jovem maravilhado

– Tu tens o saber perfeito?-

Admira atordoado.

– O que faz aqui humano?

Como está nesse oceano?

Não tenho nenhum saber

Tampouco meu brilho emito

Reflito o que eu receber-

Diz Vênus com fraco grito.

IV – Lua

Viaja na direção

Da luz sem coloração

Seu nome é Lua a que muda

Puxa as águas e engrandece

Fase por fase permuta

E sua gravidade exerce

– Ó bela e volátil Lua

Com toda beleza sua

Como tens tamanha força?

E como tu tens tanta luz?

Sem que seu saber distorça?-

Diz o jovem que seduz.

– O que faz aqui humano?

Como está nesse oceano?

Não emito minha luz

Não tenho a sabedoria

E não sou eu quem conduz

A maré da calmaria.-

V – Sol

Brilha uma luz amarela

E o jovem vai até ela

Seu nome é Sol, que dá vida

Ele emite seu calor

Que perto, de forma ardida

E de longe perde o ardor.

– Ó grande e brilhoso Sol

Que brilha como um farol

Como tanta luz você tem?

Como tens tamanho grande

E a inteligência mantém?

E ainda o tamanho expande.

Ó grande e brilhoso Sol

Que brilha como um farol

Com sua luz um tanto ardida

Com seu calor que lateja

Mas também regula a vida

E não deixa que te veja-

– O que faz aqui humano?

Como está nesse oceano?

Minha luz é muito fraca

Comparado a outro astro

E não tenho muita massa-

Diz o Sol com um engasgo

VI – Rigel

O jovem vê a luz azul

Que parece vir do sul

Estrela chama Rigel

Brilha dentro do guerreiro

A mais bonita do céu

Deixa bobo o aventureiro

– Grande e brilhante Rigel

Não precisa ser cruel

Diga-me o que você sabe…

Tu tens lindo brilho claro

E se esse brilho acabasse

Para quem eu me declaro?-

– O que faz aqui humano?

Como está nesse oceano?

Meu brilho é forte mas não

Tenho algum conhecimento

Não quero declaração

Não quero perder meu tempo

VII – Canis

O jovem sai muito triste

Segue uma estrela que emite

Uma luz avermelhada

De um brilho meio fraco

De Canis ela é chamada

Ela tem o olhar opaco.

– Ó vermelha estrela fria

Mostre sua sabedoria

Grande mas tem pouca luz

Fria, parece sem vida

Mas tem o saber que induz

Que possui coisa escondida.-

– O que faz aqui humano?

Como está nesse oceano?

Sou uma estrela esfarrapada

Sou grande porém antiga

Já fui quente e azulada

Mas vem o tempo e castiga-

VIII – Sagitário

Decepcionado o viajante

Que triste segue adiante

Vê um astro de escuridão

Buraco negro girando

Sagitário é aberração

Que tem luzes orbitando

– Ó minúsculo astro escuro

Tu sabes de algo obscuro?

É tão pequeno e sem luz

Tu estás perdido aqui?

Pelo que sua forma induz

Você não vai ressurgir.-

– Ora caríssimo humano

Não achará no oceano.

O que tu tanto procura

Felizmente não existe

E caso cogite fuga

Só aceita, só desiste.-

Jovem tenta uma remada

Mas sempre se aproximava

Buraco negro o puxava

E no desespero humano

Jovem contorce e chorava

Era seu fim no oceano.

IX – Homem da vela

Após ser todo engolido

O jovem está perdido

Na escuridão sem ver luz

E aproxima um homem torto

Com uma vela e de capuz

E uma aura no entorno

O de capuz joga a vela

E a alma do jovem congela

Apesar de estar em chamas

Ele grita de agonia

E depois de todos dramas

Ele achou o que queria

Ele viu todo o saber

E conseguiu entender

Para ter sabedoria

Algo tem que se perder

E nunca se ganharia

Sem algo para ceder

X – Fim e começo

Depois do fim flamejante

Recomeça o viajante

Sem forma de ser humano

Mas sim da forma de astro

Que flutua no oceano

Deixando de luz um rastro.

Escrito por
LUCAS OTACILIO (Arquivo Pessoal)
Lucas Otacílio de Almeida

3º ano do Ensino Médio - Colégio Embraer Juarez Wanderley - São José dos Campos.

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