No Carandiru, as sombras se ergueram mais densas naquele dia fatídico. O ar pesado carregava o presságio de uma tragédia iminente, enquanto os corações dos detentos pulsavam em compasso descompassado, antevendo o que estava por vir. Sob o silêncio tenso, a tensão se acumulava como nuvens escuras sobre o horizonte.
E então, o tumulto irrompeu como um vulcão em erupção, a violência se espalhando como fumaça venenosa, envolvendo todos em seu abraço sombrio. Homens encurralados, desespero estampado em seus olhos, clamavam por misericórdia que jamais chegaria. O rugido das armas ecoava pelos corredores, acompanhado pelo lamento daqueles que caíam, vítimas de uma brutalidade sem sentido.
No rescaldo da carnificina, o silêncio se instalou como um manto de luto sobre o Carandiru. Corpos inertes jaziam como testemunhas mudas de uma justiça falha, de um sistema quebrado. Nas paredes, manchas de sangue testemunhavam o horror que ali se desenrolara, marcando para sempre a história daquele lugar sombrio.
Mas mesmo na escuridão mais profunda, há uma centelha de esperança. Nas vozes dos que clamam por justiça, nas lágrimas dos que ainda sofrem, na memória dos que se foram, há uma promessa de que o Carandiru nunca será esquecido. Que o massacre seja um lembrete amargo de nossa humanidade frágil, e que jamais se repita em nosso caminho para a redenção.
Com supervisão de Isabela Sardinha, jornalista do Meon Jovem.
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