No ano de 2020, para comemorar o dia da consciência negra, a escola EEEI PROFESSOR JOAQUIM ANDRADE MEIRELLES, em São José dos Campos/SP, irá realizar o projeto ERER, o qual é voltado para História e Cultura- Afro Brasileira, indígena e imigrante.
Com o objetivo de Desenvolver a compreensão da diversidade étnico-cultural presente na construção histórica de nosso país, bem como reconhecer a importância do respeito a diversidade cultural, da justiça, do diálogo, solidariedade e combate ao preconceito e racismo. Dessa forma, buscando refletir através de conceitos históricos, geográficos, filosóficos e sociológicos as relações étnico raciais – africana e indígena – e os processos migratórios, visando a conscientização discente e da comunidade escolar.
Para enriquecer este projeto entrevistamos Renata Reis Lopes, a primeira coveira de carreira do Vale do Paraíba.
Ela nos contou que não escolheu sua profissão e sim que foi escolhida pela mesma: " Eu não escolhi a minha profissão, acho que ela que me escolheu, porque lembro que me inscrevi para um concurso público, contudo não sabia para onde eu ia, só queria ser servidora pública. Sem pretensão nenhuma, escolhi coveira”.
Continuou dizendo, " já tive várias profissões, joguei muita capoeira, gosto do meu povo, da minha raça, defendo a bandeira das mulheres de Jacareí. É bem complicado uma mulher no meu cargo, mas seguimos na luta”.
Renata nos disse que nunca sofreu preconceito racial em sua vida, entretanto, não pode dizer o mesmo sobre seu trabalho. " Eles acharam que eu não seria capaz de fazer o que um homem faz, contudo, a gente precisa se preparar psicologicamente, pois virei um ícone devido ao fato de ser a primeira coveira no Vale do Paraíba", conta.
O fato de ser a primeira nunca fez Renata abaixar a cabeça. Seguiu em frente inspirando várias mulheres e não se importando com as críticas. "Muitos homens me disseram que eu não iria aguentar, que não iria dar certo, que eu era uma porcaria e que o meu lugar era na cozinha. Não é na cozinha, é em todos os lugares, onde eu quiser".
Relatou também: "é muito difícil para a mulher hoje encarar profissões 'masculinas', ela tem que se mostrar 2, 3, 4 vezes mais, a força física e mental . Tem que manter uma integridade muito forte, pois às vezes eles querem pegar seu fraco, 'mulher é delicada'".
Finalizou seu discurso dizendo "nós somos fortes por natureza e eu estou aqui para provar".
Mulheres como Renata, nos inspiram e nos motivam diariamente, você é dona dos seus sonhos e pode chegar onde quiser. Só basta se esforçar e acreditar.
Parceria:
Com supervisão de Samuel Strazzer, Jornalista do Grupo Meon.
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