E se a natureza
Se tornou produto
O cerrado queima
Em nome do próprio lucro
Vejo vidas apagadas
Pelo fogo infesto
Vejo o destino se curvando
Ao falso manifesto
Destruindo árvores
Degolando vidas
Derrubando esperanças
Fábrica de pesticidas
História atemporal
Vejo apenas temporais
Passageiros já passaram
500 anos e um pouco mais
Até quando?
Em nome do progresso
Vão continuar explorando
Para sobrar apenas resto
Até quando?
Eu me pergunto até quando
A morte de um indígena
Vai se normalizando
Até quando?
Caos e desordem
O mundo está acabando
Eu grito para que acordem
Mas ninguém escuta
A Amazônia chora
Sem ajuda na luta
Dizem que, por ora,
Não podem fazer nada
Mas fazem tudo pelo dinheiro
Feito da mata desmatada
Sentimos das cinzas o cheiro
Os pulmões queimam sem ar
Ao menos temos arranha-céus
Para que possamos nos jogar
E fugir da cidade coberta por véus
Feitos lindamente de negligência
Até quando?
O homem e sua inteligência
Nunca foram tão estúpidos
Sem nenhum escrúpulo
Até quando?
O lema é matar para viver
Isso só encobre o fato
De que matamos por prazer
Até quando?
Sendo tremendo filho de Deus
Devia saber que do pó veio
E ao pó retornará
- junto com as cinzas que ajudou a formar
Com supervisão de Yeda Vasconcelos, jornalista do Meon Jovem.
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