Aposentados lotam os Correios para contestar descontos indevidos

Em apenas duas semanas, mais de 488 mil aposentados e pensionistas procuraram presencialmente os Correios para contestar descontos não autorizados em seus benefícios do INSS. O serviço, disponível desde 30 de maio, foi criado para atender quem não consegue usar os canais digitais, como o aplicativo Meu INSS ou a Central 135.

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O presidente do INSS, Gilberto Waller, esteve nesta sexta-feira (13) na agência central dos Correios em São Paulo. Ele destacou a importância do atendimento humanizado. “É olho no olho. Um serviço presencial em que o segurado se sente seguro”, afirmou.

Durante a visita, Waller ouviu histórias como a de aposentados que não perceberam os descontos, mas foram até os Correios para garantir seus direitos. Em todo o país, mais de 3,1 milhões de contestações já foram feitas, das quais 512 mil receberam resposta das entidades envolvidas, que apresentaram documentos tentando justificar os débitos.

Segundo o INSS, se todas as contestações forem confirmadas como fraudes, o prejuízo pode passar de R$ 2 bilhões. “A maioria dessas associações surgiram em 2020 e 2021, aplicando descontos pequenos para não chamar atenção”, explicou Waller.

O atendimento gratuito nos Correios é feito mediante apresentação de um documento com foto. Representantes legais também podem ser nomeados com procuração válida. A partir da próxima segunda-feira (16), quem contestou há mais de 15 dias úteis poderá retornar à agência para verificar a resposta.

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A fraude foi revelada em abril deste ano pela Operação Sem Desconto, da Polícia Federal. Estima-se que R$ 6,3 bilhões tenham sido desviados entre 2019 e 2024. O governo já conseguiu bloquear R$ 2,8 bilhões em bens dos fraudadores para garantir o ressarcimento às vítimas.