O mercado brasileiro de ações teve uma sexta-feira, 3, de noticiário escasso e baixa volatilidade, o que levou o Índice Bovespa a uma alta moderada. Sem novidades sobre a reforma da Previdência, as principais referências no pregão foram o desempenho das bolsas de Nova York e o noticiário corporativo doméstico. O resultado foi uma alta de 0,50% do índice, que fechou aos 96.007,89 pontos. No acumulado da semana, o índice teve baixa de 0,24%.
O relatório de empregos (payroll) dos Estados Unidos foi o principal destaque do dia. O documento surpreendeu positivamente com a criação de vagas e com a queda na taxa de desemprego. A evolução dos salários foi moderada, indicando que não há necessidade de aumento de juros por enquanto. A percepção de solidez na economia americana e de baixo risco de elevação de juros no país deu impulso às bolsas de Nova York, o que acabou por contagiar mercados acionários de países emergentes.
Sinalizações do presidente Donald Trump de que EUA e China podem chegar a um acordo comercial "histórico e monumental" também contribuíram para aumentar o apetite por risco, o que foi visto principalmente entre ações ligadas a commodities metálicas. Nesse ambiente de influência externa, o Índice Bovespa chegou a subir 0,82% na máxima do dia (96.314,61 pontos). Vale e siderúrgicas foram os principais destaques do dia, com altas expressivas, alinhadas aos índices internacionais de metais. Vale ON subiu 2,98%, CSN ON avançou 8,01% e Usiminas ganhou 4,97%.
"O Ibovespa continuou a seguir referências externas nesta sexta-feira de baixa volatilidade, o que dificultou até mesmo o trabalho daqueles que operam no intraday", disse Ariovaldo Ferreira, gerente de renda variável da H.Commcor. "Esses volumes fracos são sintoma da falta de notícias novas no cenário doméstico que tragam algum ímpeto ao investidor. Enquanto o investidor aguarda o avanço da reforma da Previdência, o que se vê são sinais de economia parada", afirma.
Para Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença Corretora, o desempenho fraco do Ibovespa nesta semana evidencia ainda um forte sentimento de incerteza entre os investidores no que diz respeito à reforma da Previdência, cuja tramitação efetiva deve começar na próxima semana. "Enquanto não houver avanço concreto, a economia vai continuar a dar sinais de fraqueza, inclusive com o governo tendo de buscar soluções internas para a falta de recursos", disse.
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