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Brasil está 'quase na ingovernabilidade no tocante às reservas', diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil está "quase na ingovernabilidade no tocante às reservas". "A intenção dessas grandes reservas, e isso sempre se discutiu na ONU, é que, pela autodeterminação dos povos indígenas, seriam novos países no futuro", afirmou.

A declaração ocorreu em entrevista à atriz e youtuber Antonia Fontenelle, apoiadora do presidente nas redes sociais, gravada na sexta-feira, 30, e divulgada nesta segunda-feira, 2.

O presidente voltou a afirmar que países "como a Alemanha, em especial", estavam "comprando o Brasil via Fundo Amazônia". Disse ainda que a crise internacional pelas queimadas foi um momento duro. "Essa pancada aí de o 'capitão incendiário da Amazônia' foi barra pesada".

Segundo Bolsonaro, o presidente da França, Emmanuel Macron, "mexeu com os brios" dos países amazônicos. As críticas sobre o Brasil foram contornadas pela articulação com outras nações, como os EUA, disse. "Quando começou (a reunião da cúpula do) o G-7, Macron estava isolado."

O presidente afirmou que os países amazônicos devem elaborar uma "nota conjunta" sobre a crise na região, além de reafirmar que "temos direito e vamos explorar de forma sustentável a região amazônica".

Bolsonaro voltou a afirmar que será determinante para a escolha do novo procurador-geral da República a opinião do candidato sobre meio ambiente e "minorias". "Cada vez se quer mais terra pra índio. O próximo PGR tem de ser nota 7 em tudo. Não ser dez num (ponto) e dois no outro", afirmou.

O presidente disse, ainda, que a listra tríplice para a escolha ao cargo é "invenção do passado" e que não precisa ser seguida. Segundo o presidente, há três nomes em análise para a chefia do MPF. "A senhora Raquel Dodge já falou que gostaria de ser reconduzida", disse, sem apontar se a atual PGR está no páreo para a escolha.

Moro

O presidente também disse que o desgaste com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, por suposta interferência na Polícia Federal foi "algo artificial" e "potencializado" pela imprensa.

"Eu sugeri um nome (para a superintendência do Rio de Janeiro) e ele (Moro) apareceu com outro. Ficou num impasse. Eu poderia impor. Não quero me impor. Na reta final, pode botar aquele que o diretor-geral da Polícia Federal (Mauricio Valeixo) quer, sem problema nenhum. Acabou vazando isso aí dizendo que eu tava (sic) interferindo na PF. Foi algo artificial", disse Bolsonaro.

Bolsonaro e Moro já deram sinais de trégua na última semana, quando trocaram afagos em evento no Planalto de lançamento de uma série de medidas na área de segurança.

Cultura

Na entrevista à youtuber, Bolsonaro voltou a criticar o financiamento público de filmes e séries com temática LGBT. O presidente disse que é preciso "tirar" dos órgãos públicos pessoas que "não aprovam" filmes com "temática do nosso lado". "O tempo vai fazer a gente descontaminar esse ambiente para a boa cultura no Brasil", disse.

"Mudou o governo. Não é mais o PT, onde a família era um lixo, onde os valores familiares não valiam nada. Tá na Constituição: o que é família? Homem e mulher. Tá escrito lá. Emende a Constituição e a gente vê como fica. Como sou cristão, vai ter de apresentar uma emenda à bíblia também", declarou o presidente.

Fake news

Bolsonaro criticou derrubada de veto que ele havia feito a trecho de lei que pune fake news. A parte que Bolsonaro se opôs prevê 2 a 8 anos de prisão para crimes de denunciação caluniosa com propósito eleitoral. "Em vez de falar uma mentira sobre um adversário, você dá um tiro. Sai mais barato", ironizou.

Reforma da Previdência

O presidente disse que o sentimento do governo é que a reforma da Previdência será aprovada no Senado. "É uma reforma salgada. Costumo falar que é quase uma quimioterapia. Se não fizer você morre, morre mais cedo", disse.

Eleições municipais

Bolsonaro afirmou que está negociando com o PSL para apoiar algumas candidaturas a prefeito em 2020. "Estou acertando com o partido. Ver se consigo ter a maioria das ações. Se eu tiver, quero me empenhar por algumas prefeituras. E quem vai escolher (o candidato), democraticamente, vou ser eu. O partido local vai ter sua participação, mas palavra final vai ser nossa", disse. O presidente afirmou que ainda não apoia nenhum nome. "Quem se lançou em qualquer local, já começou errado. Essa precipitação nos atrapalha", finalizou.

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