Os mercados acionários americanos encerraram a sessão desta sexta-feira, 12, em alta, apoiados pelo noticiário corporativo diante do início da temporada de balanços nos Estados Unidos e com sustentação da economia global, após indicadores chineses e europeus aliviarem as tensões dos investidores quanto a uma desaceleração econômica intensa no mundo. Nesse cenário, os setores financeiro e industrial se destacaram positivamente, enquanto papéis da Chevron e da Netflix pesaram negativamente, mas não chegaram a comprometer o avanço dos principais indicadores de ações em Nova York.
Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou em alta de 1,03%, ao chegar ao fim do dia com 26.412,30 pontos, mas enfrentou queda semanal de 0,36%; e o S&P 500 subiu 0,66%, para 2.907,14 pontos, e apresentou ganho de 0,28% na semana. É a primeira vez desde 4 de outubro que o S&P 500 atinge 2,9 mil pontos. Já o índice Nasdaq avançou 0,46% nesta sexta e 0,34% na semana ao terminar a sexta-feira com 7.984,16 pontos.
O otimismo dos agentes teve início ainda na madrugada, quando a China divulgou números de sua balança comercial referente a março, onde as exportações subiram bastante acima do esperado pelos mercados e aliviaram os temores de um desaquecimento profundo da economia mundial. "Os dados de março surpreenderam positivamente no geral. O fluxo de notícias positivas sobre a economia chinesa continuou esta semana e a sequência de números positivos em março confirma o sinal de recuperação visto anteriormente. Pode haver alguma euforia agora, mas, dada a amplitude da melhora nas exportações, na indústria, nos serviços e no consumo, é mais provável que uma recuperação gradual tenha começado", apontaram economistas do Danske Bank em nota a clientes.
O tom positivo vindo da China logo se espalhou nos papéis de empresas ligadas ao setor industrial, que são mais ligadas à China. O segmento industrial do S&P 500 terminou o dia com avanço de 1,28%, cotado a 651,03 pontos. Entre os destaques, estiveram os papéis da Boeing (+2,56%), da 3M (+1,82%) e da Caterpillar (+1,68%).
Mesmo assim, a empresa que mais se destacou em Wall Street esta sexta-feira foi a Walt Disney, que saltou 11,54% e viu sua ação cotada a US$ 130,06, nova máxima histórica. A euforia com os papéis da gigante do entretenimento veio a partir da divulgação de que, em novembro, será lançado o serviço de streaming Disney+ nos EUA, que contará com todo o catálogo da companhia, que inclui produções da Marvel Studios (Os Vingadores), da Lucasfilm (Star Wars), da 21st Century Fox (Os Simpsons, Avatar) e da Pixar (Toy Story), entre outras, além dos próprios clássicos Disney. O valor do serviço será US$ 6,99 por mês, um nível bastante abaixo do cobrado pela Netflix (US$ 12,99), que viu suas ações cederem 4,49%.
"Com um preço baixo e conteúdo robusto, esperamos um forte número inicial de assinantes. Combinando esse início forte com o crescimento contínuo dos principais negócios subjacentes e as sinergias do acordo com a Fox, temos uma forte convicção de que as ações da Disney estão bem posicionadas para superar a concorrência", apontaram analistas do JPMorgan. Já o UBS apontou que o conteúdo a ser oferecido na plataforma de streaming é melhor do que o esperado, tendo em vista que a Disney+ transmitirá exclusivamente as 30 temporadas dos Simpsons.
Do lado oposto, ações da UnitedHealth caíram 5,18% e deram prosseguimento ao sell-off ao registrarem o menor nível em um ano, após a revelação do senador independente Bernie Sanders (Vermont) de seu plano de Medicare para todos. Segundo o plano, seria criado um sistema de saúde único para substituir o atual sistema, que tem ligações com o setor privado. Para o analista Chris Meekins, da Raymond James, o maior impacto desse plano seria nas seguradoras de saúde.
No setor bancário, as ações do Wells Fargo caíra 2,62%, mesmo após o banco registrar lucro bastante acima do esperado no primeiro trimestre, devido aos resultados negativos do segmento de hipotecas. Já os papéis do JPMorgan avançaram 4,69%, após os números bastante acima das expectativas do mercado.
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