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Parentes de suspeito de matar gamer pedem perdão à família dela, diz advogado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A família do suspeito de matar com espada e faca a jogadora profissional de games Ingrid Bueno, 19, no último dia 22, em Pirituba (zona leste de São Paulo), pediu perdão aos parentes da jovem, por meio de um rápido telefonema, segundo o advogado William Andrade, que defende o estudante Guilherme Alves Costa, 18, que está preso por causa do crime. A data da ligação não foi informada.

Costa foi denunciado pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo) por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e meio cruel. A 5ª Vara do Júri do Foro Central Criminal recebeu a denúncia na última sexta-feira (26).

O advogado afirma ter se encontrado com Costa nesta segunda-feira (1º), no CDP 3 (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros (zona oeste), para onde o estudante foi transferido no último dia 24, do CDP Paulo Gilberto de Araújo, no Belém (zona leste).

"Ele está em uma ala diferenciada, com presos de menor periculosidade, até para garantir a integridade física dele. Observei que ele também está um pouco assustado, com falas desconexas, fora da realidade", afirmou o defensor.

A atual unidade prisional onde o suspeito está contava, até dia 26, com uma população carcerária de 1349 detentos, para 572 vagas, segundo a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), gestão João Doria (PSDB).

O advogado disse que aguarda o resultado de um laudo de sanidade mental, assim como exames do IML (Instituto Médico Legal) realizados na vítima, e a perícia do celular do suspeito, apreendido para verificar o suposto envolvimento de mais pessoas no crime, para poder se manifestar sobre o caso e também traçar uma linha de defesa.

"O Ministério Público, na denúncia, fala sobre o laudo de sanidade mental, justamente porque a dinâmica do crime, a forma como as coisas ocorreram, levam a crer que ele [Guilherme] tenha algum tipo de desvio de perturbação de ordem neurológica ou psiquiátrica, que podem ter relação com a motivação para o crime", afirmou o advogado.

Pelo fato de o suspeito ter feito vídeos, nos quais assume a autoria do crime, além de mostrar o corpo da vítima, logo após o assassinato, o defensor acrescentou que seu trabalho consiste em monitorar o andamento do processo, para que "não ocorram excessos".

"Nosso papel [defesa], além de prestar assistência jurídica, é garantir a lisura do processo, para que o Guilherme tenha um júri justo e a Lei Penal seja aplicada de modo correto. Meu papel é o de fiscal da lei", ressaltou.

O advogado afirmou ainda nunca ter visto o que parentes de Guilherme fizeram, quando telefonaram para a família da vítima, pedindo perdão pelo crime atribuído ao estudante. "Eles prestaram solidariedade à família da Ingrid, foi muito breve, pois a família dela está em luto."

Uma denúncia, sobre ameaças recebidas por uma blogueira, via email, também foi investigada pelo MP. O promotor de Justiça Fernando Bolque afirmou ao Agora ter se manifestado à Justiça, nesta terça-feira (2), dizendo que elas são falsas. As supostas ameaças teriam sido feitas à professora da UFC (Universidade Federal do Ceará) e feminista Lola Aronovich.

"O email que ela recebeu não é rastreável e, no dia em que foi enviado, o Guilherme já estava preso. Foi uma ameaça aparentemente fake e já notifiquei a Justiça sobre isso", explicou o promotor.

Lola afirmou, em artigo publicado na revista Carta Capital, dia 25, ter recebido ameaças de pessoas se identificando como próximas ao estudante preso.

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