A Justiça britânica sentenciou nesta quarta-feira, dia 1º, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, a 50 semanas de prisão, por ter violado em 2012 as condições da liberdade condicional impostas pela Justiça do Reino Unido. A juíza Deborah Taylor disse que é difícil imaginar uma versão mais séria do crime.
De acordo com a magistrada, a estadia de Assange por sete anos na embaixada de Equador custou aos contribuintes britânicos 16 milhões de libras (US$ 21 milhões) e a busca por asilo foi uma "tentativa deliberada para atrasar a justiça".
O advogado de Assange leu uma breve carta ao juiz na qual pediu desculpas "sem reservas" a qualquer um que sentisse que suas ações tinham sido desrespeitosas. "Eu me encontrei lutando com circunstâncias terríveis para as quais nem eu, nem aqueles a quem pedi conselhos poderiam resolver", disse na carta. "Eu fiz o que eu achava que na época era a melhor e talvez a única coisa que poderia ser feita"
O espião australiano pediu asilo na embaixada do Equador em Londres em junho de 2012 para evitar a extradição para a Suécia, onde era procurado por suspeita de estupro e acusações de agressão sexual feitas por duas mulheres. A Suécia suspendeu sua investigação sobre uma possível má conduta sexual contra Assange, dois anos atrás. Os promotores disseram que a investigação poderia ser revista se sua situação se alterasse.
O advogado de Assange, Mark Summers disse no tribunal que seu cliente procurou asilo na embaixada do Equador "porque vivia com medo enorme de ser enviado aos EUA" por causa de suas atividades com o WikiLeaks. De acordo com ele, Assange tinha um receio "bem fundado" de que seria maltratado e possivelmente enviado para o campo de detenção para suspeitos de terrorismo dos EUA em Guantánamo.
Assange foi preso pela polícia britânica em 11 de abril, depois que o Equador revogou seu asilo político, acusando-o desde intromissão nas relações exteriores do país até falta de higiene. Fonte: Associated Press.
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