“Depois de tanto tempo, eu não conseguia mais me lembrar da minha voz”, declarou Sarah Ezekiel. “Quando ouvi novamente pela primeira vez, senti vontade de chorar. É uma espécie de milagre.”
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Diagnosticada com doença do neurônio motor (DNM) aos 34 anos, poucos meses após dar à luz seu segundo filho, Sarah perdeu a capacidade de falar e de usar as mãos em pouco tempo. Desde então, sua comunicação dependia de tecnologias assistivas que reproduziam uma voz robótica e sem emoção. Seus filhos, Aviva e Eric, cresceram sem nunca ouvir o timbre natural da mãe.
Mais de duas décadas depois, um avanço tecnológico transformou essa realidade. Pesquisadores recorreram a uma gravação em VHS com apenas oito segundos da fala original de Sarah. Esse material, aparentemente ínfimo, foi suficiente para que um sistema de inteligência artificial recriasse sua voz com impressionante fidelidade. O resultado emocionou a família, sobretudo os filhos, que ouviram pela primeira vez a voz real da mãe.
Especialistas apontam que esse tipo de tecnologia abre novas perspectivas para pacientes que perderam a fala em decorrência de doenças degenerativas ou acidentes. A IA pode devolver não apenas a capacidade de comunicação, mas também a identidade vocal, carregada de memória afetiva.
A história de Sarah evidencia o poder transformador da inteligência artificial em áreas que vão além da eficiência e produtividade, alcançando a esfera humana mais íntima: a reconexão com a própria identidade e com os laços familiares.
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